A Federação Brasileira de Bancos tem realizado campanhas educativas para alertar a população sobre golpes praticados pela internetReprodução
Publicado 18/01/2022 19:19 | Atualizado 02/03/2022 10:30
São Paulo - Desde o começo da pandemia do novo coronavírus, os criminosos têm aproveitado a maior permanência das pessoas em casa para aplicar golpes em transações digitais. A chamada 'engenharia social' é nova artimanha de quadrilhas para obter informações confidenciais. A ardilosa estratégia consiste na manipulação psicológica do usuário para o fornecimento de senhas e números de cartões.

O levantamento feito pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostra o crescimento de 165% nos golpes de engenharia social no primeiro semestre de 2021 em comparação com o segundo semestre de 2020. A incidência do golpe do falso motoboy, fraude muito comum durante a pandemia, se mantém como uma das principais investidas dos criminosos e registrou aumento de 271%. 
O volume de ocorrências do golpe da falsa central telefônica e do falso funcionário, aumentou 62%. Os ataques de phishing (golpe eletrônico que visa obter dados pessoais do usuário, como mensagens e e-mails falsos que induzem o usuário a clicar em links suspeitos ou ainda páginas falsas na internet que induzem a pessoa a revelar dados pessoais) cresceram 26%.

Para o diretor da Comissão Executiva de Prevenção a Fraudes da Febraban, Adriano Volpini, a população ainda tem um comportamento de segurança no mundo digital diferente da que adota diante do mundo físico, em que as pessoas já se acostumaram a tomar cuidados com carteiras, pertences e celulares, quando estão em locais públicos e de grande movimentação. 
"A Febraban e seus bancos associados investem constantemente e de maneira massiva em campanhas e ações de conscientização em seus canais de comunicação com os clientes para orientar a população a se prevenir de golpes e a ter segurança em suas transações no ambiente digital. Queremos contribuir para o desenvolvimento da consciência digital no Brasil", disse Volpini.

Além da realização de campanhas educativas, os bancos investem cerca de R$ 2,5 bilhões por ano em cibsersegurança, valor que corresponde a cerca de 10% dos gastos totais do setor com Tecnologia da Informação (TI), para garantir a tranquilidade de seus clientes em suas transações financeiras cotidianas.



Campanhas de educação digital:

A FEBRABAN também lançou no dia 13 de outubro em redes de TVs abertas e fechadas sua campanha para alertar e orientar a população a se prevenir de fraudes intitulada Pare & Pense #Pode ser Golpe. A campanha traz informações e dicas para que clientes bancários se protejam de golpes aplicados por criminosos atualmente, como o do falso motoboy, da troca de cartão, de pedidos de dinheiro pelo WhatsApp e da falsa central ou do falso funcionário de banco.

Adicionalmente, os bancos também atuam em parceria com forças policiais para auxiliar na identificação e punição de criminosos virtuais. Desde 2015, a FEBRABAN fechou um acordo de cooperação técnica com a Polícia Federal, chamado Operação Tentáculos, para o combate às fraudes eletrônicas bancárias. Neste período, através dos trabalhos de inteligência e investigação da Polícia Federal, já foram deflagradas mais de 60 operações como Boleto Real, BR 153, Creeper, Valentina, entre outras.

A Federação também apoiou o processo de tramitação da lei 14.155, sancionada em maio, que prevê punições severas para fraudes e golpes cometidos em meios eletrônicos. O texto alterou o Código Penal brasileiro para agravar penas como invasão de dispositivo, furto qualificado e estelionato praticados em meio digital, além de crimes cometidos com o uso de informação fornecidas por alguém induzido ao erro pelas redes sociais, contatos telefônicos, mensagem ou e-mail fraudulento.



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