Publicado 27/01/2022 13:25
Rio - Uma pesquisa do Laboratório de Biologia Molecular, da Firjan, e do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz) confirmaram que a variante ômicron é predominante entre os trabalhadores da indústria no estado do Rio. Segundo o estudo, há a presença da cepa em 91 das 95 amostras selecionadas entre os testes positivos realizados nos funcionários neste início de ano. Foram feitos 567 testes, dos quais 245 deram positivo para a Covid-19.
Destes, foram selecionadas 95 amostras para o sequenciamento genético do SARS-CoV-2, que indica qual a variante presente. Somente quatro eram da variante Delta, predominante no ano passado. As demais eram da Ômicron, que chegou ao Brasil no final de 2021. O sequenciamento utilizou amostras com alta carga viral, o que facilita a detecção da variante.
A pesquisa usou 92 amostras positivas para a Covid do mês de janeiro e três coletadas no fim do ano passado. A variante delta foi predominante em 2021, entretanto apenas uma amostra dentre as 92 sequenciadas em janeiro era da variante. Todas as demais eram da nova variante Ômicron, da linhagem BA.1. Porém, não foi detectada a linhagem BA.2, já encontrada na Europa.
O levantamento confirma a percepção do crescimento da Ômicron e de sua alta transmissibilidade. Os pesquisadores alertam para a importância da vacinação e da manutenção dos protocolos de segurança e cuidados contra a covid-19 nos ambientes laborais.
Devido aos novos casos de Covid em todo o estado do Rio, levantamento produzido pela Firjan aponta que a perda potencial na indústria fluminense pode chegar a R$ 260 milhões em apenas um mês. O cálculo considera o valor da produção diária por trabalhador da indústria, o protocolo de segurança - com isolamento social de pelo menos cinco dias – e a média móvel de 4.288 novos casos de Covid confirmados no estado do Rio de 23 de dezembro a 10 de janeiro.
Sequenciamento
Pesquisador chefe do Centro de Inovação SESI em Saúde Ocupacional (CIS SO), ligado à Firjan SESI, Sergio Kuriyama reforça a necessidade de testagem de forma periódica para a verificação da escalada de casos. “Conforme dados de testagem da Firjan, a contaminação pela Ômicron fez com que os casos positivos de Covid na indústria alcançassem 43% das amostras de janeiro, enquanto a maior taxa de contaminação nos anos de 2020 e 2021 foi de 8,6% em junho de 2020”, destaca Kuriyama.
Pesquisador chefe do Centro de Inovação SESI em Saúde Ocupacional (CIS SO), ligado à Firjan SESI, Sergio Kuriyama reforça a necessidade de testagem de forma periódica para a verificação da escalada de casos. “Conforme dados de testagem da Firjan, a contaminação pela Ômicron fez com que os casos positivos de Covid na indústria alcançassem 43% das amostras de janeiro, enquanto a maior taxa de contaminação nos anos de 2020 e 2021 foi de 8,6% em junho de 2020”, destaca Kuriyama.
O sequenciamento feito no Lab Biomol, sob orientação do CDTS, é fruto de um memorando de entendimento entre a federação e a Fiocruz. O pesquisador da Fiocruz, Thiago Moreno, alerta para o trabalho de sequenciamento dos casos positivos de SARS-CoV-2, como forma de detectar as novas variantes e adoção dos protocolos de segurança.
“Essa nota destaca o alerta para trabalhadores e empresários reforçarem as medidas de higiene, o uso de máscara e a testagem precoce para manter o ambiente de trabalho seguro”, ressalta Moreno.
Na primeira semana do ano, diante da constatação da transmissão comunitária no Rio de Janeiro da nova variante, a Firjan SESI lançou o Guia de Saúde para orientar as indústrias quanto aos cuidados necessários e às boas práticas de prevenção da doença. A variante Ômicron tem se mostrado de baixa letalidade, graças a boa cobertura vacinal no Rio. Ainda assim, se exige o isolamento de quem a contrai, o que provoca um alto número de ausências de trabalho e a consequente queda da produtividade.
Inaugurado em outubro do ano passado, o Laboratório de Biologia Molecular (Lab Biomol), da Firjan, está equipado para avançar na questão das variantes do SARS-CoV-2, sequenciando cepas que estão surgindo e circulando, por meio de análise genética do vírus. Além disso, a nova área do Instituto SENAI de Química Verde (ISI QV) apresenta tecnologia de ponta para desenvolver projetos na área de biologia molecular e biotecnologia, apoiar pesquisas de novos medicamentos, vacinas e outros insumos, reforçando, assim, o Complexo Industrial da Saúde do Rio de Janeiro.
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