Publicado 02/02/2022 19:39
Brasília - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira (2) subir a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic) em 1,5 ponto percentual. Com isso, a taxa sofre um aumento de 9,75% para 10,75% ao ano, maior patamar desde julho de 2017 (11,25%). Além disso, também é a primeira vez em cinco anos que a Selic alcança dois dígitos.
Após a alta desta quarta-feira, a Selic sofre o oitavo aumento consecutivo da taxa básica de juros. O anúncio do Copom realizado nesta tarde já era previsto pelos economistas. Segundo projeções de especialistas do mercado financeiro, a Selic ainda deve voltar a subir neste ano e chegar no patamar de 11,75% ao ano e, assim, permanecer até o fim do ano.
O BC reajusta a taxa básica de juros como instrumento para enfrentar a inflação. Dessa forma, é uma tentativa de frear o avanço da alta de preços registrado nos últimos meses.
Os reajustes na Selic refletem em todas as taxas de juros praticadas no país, por exemplo, as que um banco cobra ao liberar um empréstimo ou as que um investidor ganha após realizar uma aplicação financeira.
De acordo com Graziela Fortunato, especialista em finanças pessoais e professora do IAG- Escola de Negócios PUC-Rio, com a alta da taxa de juros, a tendência é que os preços parem de subir, ou seja, a tendência que é gere uma estabilidade.
"Porém, em relação as famílias que são devedoras, a dívida vai ficar mais caro, o que dificulta realmente a vida de quem é devedor. Quem está pensando em pegar um empréstimo, ou seja, contraiu uma dívida para fazer algum tipo de compra o melhor é não fazer isso agora porque os juros estão altos", disse ela.
Para as famílias poupadoras e com recursos sobrando, a alta da Selic é um ponto positivo porque, com o aumento da taxa de juros, os investimentos sem riscos ficam mais atraentes, o que estimula as pessoas a pouparem sem risco. "Agora, os investimentos estão pagando bem e o indicado é aplicar na renda fixa. Portanto, a dica para se proteger nesse momento é investir com sabedoria e consumir menos", explicou.
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