Publicado 21/02/2022 12:22
Rio - A cidade de Petrópolis, na Região Serrana do Rio, deve sofrer perda de R$ 665 milhões após a tragédia provocada pela forte chuva da semana passada, o que representa 2% Produto Interno Bruto (PIB). O cálculo considera o impacto direto e foi calculado pela Firjan após a realização de pesquisa junto a 286 empresas, do dia 16 a 18 deste mês. Entre os entrevistados, 65% dizem que as empresas foram diretamente afetadas e 85% delas ainda não tiveram o funcionamento restabelecido. Para os que já conseguem vislumbrar uma normalização, a expectativa é de que o retorno total das atividades leve, em média, 13 dias. Porém, um em cada 3 entrevistados não sabe dizer no momento quando esse retorno será possível.
Nesta segunda-feira, dia 21, a Firjan instala o Centro de Atendimento ao Pequeno Empresário para assessorar gratuitamente as pequenas e micro empresas afetadas pela calamidade que atingiu todo o município.
A pesquisa aponta ainda que 11% dos entrevistados que tiveram as empresas impactadas relatam desaparecimento ou morte de funcionários. "Vi empresários aos prantos diante da tragédia. Precisamos dar a mão para essas pessoas, para superar esse momento muito difícil. Fiquei muito chocado com o que vi em Petrópolis", lamenta o presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira.
A Firjan também avaliou, através da pesquisa, as atividades das empresas. A linha de produção foi afetada em 35% delas. O impacto sobre a área administrativa e de vendas foi relatado, respectivamente, por 30% e 35% dos entrevistados. As maiores dificuldades enfrentadas são alagamento no entorno, citado por 77% dos representantes das empresas impactadas, e falta de energia elétrica e/ou telefone, relatada por 60% deles. Além disso, 31% registraram alagamento no interior da empresa e 23% citaram danos na estrutura física, como quebra de equipamento, desabamento ou condenação de muros e paredes.
“É uma situação muito dramática. Os empresários de Petrópolis já estavam com um passivo por conta da pandemia, e ainda veio essa tragédia. E precisam de um alívio financeiro. As empresas precisam retomar suas atividades, porque as pessoas que sobreviveram precisarão trabalhar, ter renda. Estamos instalando uma agência onde os empreendedores poderão conversar com grandes bancos para atravessar esta turbulência. E o apoio financeiro é uma consequência. Entendemos que as instituições que reuniremos estarão flexíveis com relação aos passivos”, destaca Eduardo Eugenio.
O Centro de Atendimento ao Pequeno Empresário vai funcionar na Firjan Serrana (Rua Dom Pedro I, 579, Centro de Petrópolis) e contará com atendimento de instituições de crédito parceiras, como BNDES, AgeRio, Caixa Econômica, Sicoob e Sicredi. Nesta segunda-feira, dia 21, abrirá das 15h às 17h e, a partir de terça-feira, dia 22, das 9h às 17h.
Medidas preventivas, o restabelecimento da ordem na cidade e ações emergenciais que impulsionem mais diretamente a qualidade de vida e a recuperação econômica foram destacados pelos empresários como as três principais frentes para a atuação do poder público. De acordo com o presidente da Firjan, desde quarta-feira, dia 16, está sendo feito contato com os governos federal e estadual em busca de apoio.
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