Publicado 22/02/2022 17:51 | Atualizado 22/02/2022 17:57
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reafirmou nesta terça-feira, 22, que a inflação brasileira está na média dos países emergentes, com exceção de alimentos e luz. Para ele, há um choque "nunca antes visto" e, por isso, a variação de preços da energia "colocou o Brasil muito acima da média".
Na avaliação do presidente do Banco Central, a inflação do país está "tanto quanto" a americana e a economia está com recuperação estável. "O Brasil saiu na frente no ajuste monetário e tem sido reconhecido por isso", declarou o Campos Neto, que também afirmou que os juros vão subir muito em outros países. "Com exceção de Brasil e Rússia, demais países estão abaixo da taxa neutra”, informou o chefe de políticas monetárias.
Campos Neto também acredita que um movimento mais rápido de aperto monetário dos Estados Unidos ajudaria a combater a inflação em países emergentes. Apesar de dizer que não poderia comentar quais ações o Federal Reserve (Fed), sistema responsável por regulamentar a economia do país, deveria tomar, Campos Neto falou que um movimento mais rápido do banco central americano pode "afetar fluxos financeiros com impacto negativo para [países] emergentes".
Segundo o presidente do Banco Central, os EUA vão conviver "com inflação mais alta durante um tempo", que será persistente e tem prazo para acabar. Além disso, a autoridade monetária americana "tem relevância" e é usada pelo Banco Central brasileiro como input para modelos no país.
Campos Neto avalia que o mundo emergente convive com inflação com maior frequência. "Investidores estão enxergando empresas que convivem melhor com inflação", afirmou. "Taxa de juros mais alta traz fluxos de dólares para o Brasil". O presidente do BC completou dizendo: "A melhora no câmbio está ligada ao movimento de rotação nos fluxos de investimentos."
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