Publicado 03/03/2022 13:53
Rio - Mesmo desconfiados e cada vez mais em alerta com os tipos de golpes, os consumidores ainda sofrem com as fraudes online. Uma pesquisa feita pelo Instituto Reclame Aqui aponta que os crimes mais recorrentes acontecem via WhatsApp, com a conta do telefone clonada, por mensagem de SMS, via links e por boletos falsos. Para isso, veja dicas para evitar as fraudes e explicam as principais medidas que devem ser tomadas após sofrer um golpe.
Segundo os dados do Instituto, cerca de 65,1% já caíram em pelo menos um tipo de fraude. Os mais apontados pelos consumidores são: via WhatsApp, com a conta do telefone clonada (22,1%), por mensagem de SMS, via link (20,7%) e por boletos falsos (20,8%).
Um dos crimes mais recorrentes via WhatsApp são aqueles em que a pessoa passa seus dados pessoais e bancários, com cerca de 30,1%. Já 20,4% tiveram CPF e nome usado em compras de terceiros não autorizadas e 49,5% fizeram transferência financeira para o golpista.
Apesar de 76,4% dos consumidores que foram vítimas não conseguirem reverter o prejuízo, somente 24,7% registraram Boletim de Ocorrência e 20,6% publicaram reclamações no Reclame AQUI, compartilhando as experiências, alertando outros consumidores e chamando a atenção das empresas e da imprensa para o que vem acontecendo.
Especialista alerta que para se proteger de golpes virtuais, o usuário não deve abrir links desconhecidos e passar dados pessoais ou bancários via WhatsApp ou qualquer outro app. Outro tipo de golpe recorrente no app é a transferência para um contato de confiança. Além disso, eles pedem que se certifiquem de que um conhecido que solicitou a transferência realmente está fazendo esse pedido. Cerca de 49,5% dos entrevistados fizeram transferência financeira para um golpista se passando por outra pessoa.
Paulo Henrique Lima, advogado criminalista, afirma que o crime de clonagem é um dos mais traiçoeiros na atualidade. "Mesmo que um amigo ou parente te envie mensagens solicitando dados sensíveis, sempre desconfie (principalmente quando o pedido alegar "urgência") e tente confirmar o contato, de preferência de forma presencial, mas se não for possível presencialmente, por outros meios como telefone, chamada de vídeo, etc", alerta o advogado.
A maioria dos entrevistados que não sofreu golpes digitais afirma que não abre links desconhecidos e se informa para poder identificar o crime. O advogado ainda disse que a desconfiança pode ser uma das maiores aliadas para evitar um golpe. "A cautela e a desconfiança são suas maiores aliadas na proteção contra esses golpes. Desconfie de pessoas que pedem senhas, enviam links ou encaminham “oportunidades” desproporcionais ao preço médio do mercado", afirma Lima.
Para aqueles que sofreram um golpe, o especialista indica que a vítima entre imediatamente em contato com o aplicativo e com sua instituição financeira, pois, em alguns casos, é possível cancelar a operação e reaver os valores. "Paralelamente, a pessoa deve registrar a ocorrência na DRCI - Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática - ou em qualquer outra delegacia", diz.
Em busca de reaver a quantia perdida, o especialista dá dicas de como proceder após o golpe. "Além disso, deve procurar assessoria de um advogado para acompanhar as investigações e tomar outras providências cabíveis a depender do caso concreto como, por exemplo, ajuizar uma ação indenizatória contra o criminoso ou contra eventuais responsáveis pela exposição de dados da vítima", conclui o advogado.
*Estagiária sob supervisão de Marina Cardoso
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