Publicado 03/03/2022 15:28
Em pleno ano eleitoral, a economia é o tema que mais tira o sono da população. Para 45% dos entrevistados, a prioridade número 1 do governo deve ser o combate à pobreza, 31% defendem o aumento do salário-mínimo e 28% anseiam pela queda da inflação. É o que mostra a pesquisa Brasileiros e Pós-Pandemia, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), encomendada ao Instituto FSB, que ouviu 2.016 pessoas em todos os estados e no Distrito Federal.
A preocupação com o custo de vida e a perda do poder de compra tomou o lugar de prioridades tradicionais como saúde, educação e segurança. O combate à corrupção, que marcou a campanha de 2018, foi assinalado por 23% dos respondentes, seguido por geração de empregos (21%). Apenas um quinto dos brasileiros consideram a educação prioridade, 18% acham que o combate à pandemia deve ser uma prioridade e 12%, os serviços de saúde. O tema segurança e combate à criminalidade foi mencionado por apenas 5% da população.
De acordo com o gerente-executivo de Economia da CNI, Mário Sérgio Telles, em pesquisas semelhantes de anos anteriores, a melhoria dos serviços de saúde ocupou o primeiro lugar entre 2014 e 2018. Em 2019, a saúde apareceu em segundo lugar. Em 2020, a educação ocupou o topo do ranking, mas a saúde estava entre os quatro primeiros. Em 2021, emprego e saúde foram os mais assinalados.
“Nesse ano, prioridades ligadas à economia ocupam seis das primeiras dez citações. Ocorre que o brasileiro comum percebe que a economia está andando de lado. Ele sente os efeitos da inflação no supermercado e nas contas de energia e transporte. O número de pessoas trabalhando está aumentando, mas em ritmo insuficiente para atender a quantidade de pessoas procurando trabalho, o que dá a sensação de que o desemprego não recua. Além disso, a previsão de crescimento do PIB para este ano está aquém das necessidades do país”, diz Mário Sérgio Telles.
Principais problemas
A economia também está no topo dos problemas do país, de acordo com a população. Para 41% dos brasileiros, o desemprego é a maior questão a ser enfrentada. Já 40% consideram o custo de vida e a inflação, e 30%, a corrupção. A educação aparece em 5º lugar, a saúde em 8º e a segurança em 17º. Ao todo, foram registrados 23 problemas.
No entanto, todas as questões citadas pelos respondentes mudam de intensidade conforme escolaridade, renda e região do país. Para a população analfabeta, o custo de vida (39%) e a pobreza (26%) são problemas maiores do que o desemprego (25%).
Para 37% da população com renda acima de cinco salários-mínimos, a inflação também é um problema maior do que o desemprego. A falta de emprego é a maior dificuldade para a população com renda abaixo de cinco salários-mínimos.
No Sul, Norte e Centro-Oeste, o custo de vida também aparece em primeiro lugar. O desemprego é o principal problema para a população que mora no Sudeste e no Nordeste.
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