Publicado 28/04/2022 18:36
Com o anúncio do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) desta quinta-feira, 28, que subiu 1,41% em abril, utilizado como taxa para medir a inflação do aluguel, os inquilinos ficam preocupados como o valor do aluguel pode impactar no bolso e pela dificuldade do fechamento das contas mensais. Em razão disso, o melhor caminho é tentar negociar com o dono do imóvel para que as cobranças não fujam do controle.
"A melhor opção para driblar o aumento será negociar direto com o proprietário e se possível substituir o índice de correção de IGP-M para Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ou Selic, taxa básica de juros da economia, quando existe essa possibilidade", explica o especialista em finanças e planejador financeiro Marlon Glaciano.
Ele indica que o inquilino deve ser o mais transparente possível e justificar os motivos desse pedido. "Fale e explique sobre o momento financeiro e sobre o elevado aumento do IGP-M, índice utilizado para a correção", recomenda.
Da mesma forma que o inquilino precisa do imóvel, o proprietário também precisa do dinheiro do aluguel. Por isso, é importante criar uma relação de confiança para este relacionamento seja saudável e duradouro.
De acordo com o vice-presidente do Secovi Rio, Leonardo Schneider, existe hoje uma grande negociação entre proprietários e inquilinos intermediados pelas imobiliárias e pelas administradoras fazendo esse "meio campo" e usando muito o critério do bom senso.
"Em média, não que ocorra em todos os casos, e nem pode ser aplicado como critério fixo, tem se aplicado em torno de 10%, mas como é uma negociação e depende das partes, pode variar entre 5% e 12%", indica ele.
"Em média, não que ocorra em todos os casos, e nem pode ser aplicado como critério fixo, tem se aplicado em torno de 10%, mas como é uma negociação e depende das partes, pode variar entre 5% e 12%", indica ele.
A Fundação Getúlio Vargas (FGV) informou que, com o resultado anunciado nesta quinta-feira, o índice acumula alta de 6,98% no ano e de 14,66% em 12 meses. Em abril de 2021, o índice havia subido 1,51% e acumulava alta de 32,02% em 12 meses.
Apesar do elevado e expressivo aumento, o acumulado ainda continua menor do que os 32% coletados de janeiro a abril de 2021, explica o especialista. "Com o IGP-M, índice usado principalmente para o reajuste dos aluguéis, com fechamento positivo em março em 1,74% e já em abril 1,41%, desta forma, fica claro que o momento ainda é de correção e ajuste. Isso porque é necessário ter em vista que os preços das commodities agrícolas, como soja, milho e café apresentaram um bom comportamento", afirma Glaciano.
“Importantes commodities agrícolas contribuíram para o arrefecimento da inflação ao produtor cuja variação passou de 2,07% em março para 1,45% em abril. Soja, milho e café, grãos que respondem por 13% do IPA, apresentaram queda média de 7,3% e contribuíram para o recuo de 1 ponto percentual na taxa do IPA. A desaceleração só não foi mais expressiva, dado o aumento dos preços do Diesel (14,70%), da gasolina (11,29%) e dos adubos/fertilizantes (10,45%), que responderam por 60% da inflação ao produtor”, afirma André Braz, Coordenador dos Índices de Preços.
IGP-M
O IGP-M é um dos principais indicadores utilizado para reajuste contratual por ser divulgado ainda dentro do mês de referência. Para facilitar o cálculo do novo aluguel, o Secovi-SP divulga fator de atualização, que no caso será de 1,1466.
Por exemplo, para atualizar um aluguel de R$ 2 mil que vigorou até abril de 2022, realiza-se a multiplicação de R$ 2 mil por 1,1466, que resultará em R$ 2.293,20, que corresponde ao valor a ser pago no final do mês de maio ou início de junho.
Por exemplo, para atualizar um aluguel de R$ 2 mil que vigorou até abril de 2022, realiza-se a multiplicação de R$ 2 mil por 1,1466, que resultará em R$ 2.293,20, que corresponde ao valor a ser pago no final do mês de maio ou início de junho.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.