Publicado 29/06/2022 17:45
A secretária especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia, Daniella Marques, é o nome mais cotado para substituir Pedro Guimarães na presidência da Caixa, apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Segundo fontes, a escolha de uma mulher para o posto ajudaria a estancar as denúncias de assédio contra funcionárias do banco que envolvem o nome de Pedro Guimarães.
Daniella é considerada um "braço-direito" de Guedes desde os tempos em que o ministro atuava na iniciativa privada.
Ela é formada em Administração pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro e com MBA em Finanças pelo Ibmec/RJ e atuou por 20 anos no mercado financeiro.
Além disso, presente desde a campanha de 2018, a secretária tem a confiança do presidente Jair Bolsonaro, - e já chegou a participar das tradicionais lives de quinta-feira do chefe do Executivo para divulgar ações do Ministério da Economia voltadas às mulheres.
Daniella foi sócia de Guedes na Bozano Investimentos, no Rio de Janeiro. Deixou a gestora em 2019 para ir trabalhar com o ministro como assessora especial.
Se confirmada a indicação, Guedes conseguirá emplacar o terceiro nome seguido nos últimos dois meses, depois de Adolfo Sachsida no Ministério de Minas e Energia e Caio Paes de Andrade na presidência da Petrobras.
As acusações
O Ministério Público Federal (MPF) abriu investigação para apurar denúncias de assédio sexual feitas por funcionárias da Caixa Econômica Federal contra Pedro Guimarães. A abertura da investigação, que está em andamento sob sigilo, foi confirmada pelo jornal O Estado de S. Paulo. Cinco funcionárias relataram abordagens inapropriadas do presidente do banco. A revelação das denúncias foi feita pelo site Metrópoles na terça-feira, 28.
Dentro do banco, a abertura da investigação fez crescer a pressão para que o executivo deixe o cargo.
Na manhã desta quarta, 29, funcionários da Caixa realizaram protesto em frente à sede do banco em Brasília e pediram a "saída urgente" de Pedro Guimarães.
Pressão política
Pedro Guimarães é muito próximo de Jair Bolsonaro, e há um temor entre pessoas ligadas à campanha do presidente à reeleição de que as denúncias acabem tendo um efeito negativo.
O executivo da Caixa é presença constante nas lives do presidente, que o apelidou de PG2, em referência a Paulo Guedes, chamado de PG.
O nome de Guimarães já chegou a circular como um eventual ministro da Economia, em caso de saída de Guedes.
O presidente Jair Bolsonaro ainda não se pronunciou sobre o assunto.
Na avaliação de interlocutores do Centrão, Bolsonaro "não pode arriscar" manter no cargo um auxiliar com denúncias de assédio no momento em que tenta ganhar popularidade entre as mulheres, segmento do eleitorado no qual enfrenta grande rejeição.
O presidente é pré-candidato à reeleição e, em todas as pesquisas de intenção de voto, hoje perderia a disputa para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Evento da Caixa
Pedro Guimarães iniciou esta quarta-feira participando, acompanhado de sua esposa, de um evento da Caixa em Brasília, que foi fechado para jornalistas.
Ao falar para a plateia de funcionários, Guimarães disse que tem um relacionamento profissional "pautado pela ética" e não mencionou nenhuma palavra sobre as acusações de assédio.
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