Publicado 13/09/2022 14:18
Rio - Beneficiários de programas sociais da prefeitura e do Governo Federal enfrentaram longas filas na porta do Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Oswaldo Antônio Ferreira, em Realengo, Zona Oeste do Rio, na manhã desta terça-feira, 13, para conseguir informações e realizar atualizações no CadÚnico. Muitos chegaram ainda de madrugada, no entanto, alguns voltaram para casa sem atendimento, pois o número de senhas disponibilizadas não foi suficiente para atender a quem buscava o recadastramento.
"É um descaso enorme com a população. As pessoas chegam ali de madrugada, no escuro, com frio e ficam em cadeiras de plástico, ao relento, esperando por horas para serem atendidas e mesmo assim não conseguem. Muitos ali têm filhos pequenos em casa, como é o meu caso, pais idosos para cuidar, ou às vezes estão doentes, e mesmo assim vão pra lá e enfrentam a madrugada, com frio, para conseguir acesso aos benefícios, que são nosso direito", contou Janaína, de 41 anos, moradora de Magalhães Bastos. A operadora de caixa, que está desempregada há oito meses, também reclamou da insegurança de permanecer na localidade durante a madrugada.
Segundo ela, que chegou às 5h ao Cras e não conseguiu realizar o recadastramento, algumas mulheres que estavam na fila, com medo da presença do trafico e do pouco movimento durante a madrugada, planejaram criar um grupo de Whatsapp para coordenarem uma ida em conjunto ao local.
"É um descaso enorme com a população. As pessoas chegam ali de madrugada, no escuro, com frio e ficam em cadeiras de plástico, ao relento, esperando por horas para serem atendidas e mesmo assim não conseguem. Muitos ali têm filhos pequenos em casa, como é o meu caso, pais idosos para cuidar, ou às vezes estão doentes, e mesmo assim vão pra lá e enfrentam a madrugada, com frio, para conseguir acesso aos benefícios, que são nosso direito", contou Janaína, de 41 anos, moradora de Magalhães Bastos. A operadora de caixa, que está desempregada há oito meses, também reclamou da insegurança de permanecer na localidade durante a madrugada.
Segundo ela, que chegou às 5h ao Cras e não conseguiu realizar o recadastramento, algumas mulheres que estavam na fila, com medo da presença do trafico e do pouco movimento durante a madrugada, planejaram criar um grupo de Whatsapp para coordenarem uma ida em conjunto ao local.
"Uma mulher que estava lá pegou o número de todas que não conseguiram, para criarmos um grupo e chegarmos juntas hoje (terça) à noite, na próxima tentativa. Ali é uma área perigosa e nenhuma de nós se sente segura de passar a madrugada ao relento", completou Janaína.
A empregada doméstica Laura Maria, 55, moradora de Realengo, disse que já enfrenta essa rotina há tempos e passou diversas madrugadas na mesma fila em outras ocasiões. "Sou antiga lá, possuo dois cartões de benefícios, o do antigo Bolsa Família e o Cartão Carioca. É sempre o mesmo problema, a gente fica na fila por horas e não consegue nada. Já fiquei quase seis anos sem receber o auxílio e voltei a buscá-lo agora que fiquei desempregada, mas estou desde maio sem receber, porque preciso atualizar meu cadastro para o Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família, para poder desbloquear meu cartão".
Outro que não conseguiu atendimento para atualizar o cadastro de seu filho de 3 anos foi Marcos Jovino, 44, que trabalha como zelador. Segundo ele, até quem chegou antes das 5h ficou sem atendimento.
"São só 30 senhas porque eles não querem resolver nossa situação, não ligam pra gente. Se fosse outro caso, teriam arrumado uma solução mais rápida e eficiente. Teve gente que chegou antes do sol nascer e voltou pra casa de mãos vazias, é um absurdo esse descaso total com a população. Só lembram do pobre na época de eleição", disse Marcos, que também reclamou do perigo de ficar exposto na fila na madrugada.
"Aquele lugar é horrível em questão de violência. Muito perigoso, com presença do tráfico e recorrentes assaltos. Se até eu que sou um homem jovem tenho medo de ficar ali de madrugada, imagina quem é mulher ou idoso", protestou Marcos.
A empregada doméstica Laura Maria, 55, moradora de Realengo, disse que já enfrenta essa rotina há tempos e passou diversas madrugadas na mesma fila em outras ocasiões. "Sou antiga lá, possuo dois cartões de benefícios, o do antigo Bolsa Família e o Cartão Carioca. É sempre o mesmo problema, a gente fica na fila por horas e não consegue nada. Já fiquei quase seis anos sem receber o auxílio e voltei a buscá-lo agora que fiquei desempregada, mas estou desde maio sem receber, porque preciso atualizar meu cadastro para o Auxílio Brasil, substituto do Bolsa Família, para poder desbloquear meu cartão".
Outro que não conseguiu atendimento para atualizar o cadastro de seu filho de 3 anos foi Marcos Jovino, 44, que trabalha como zelador. Segundo ele, até quem chegou antes das 5h ficou sem atendimento.
"São só 30 senhas porque eles não querem resolver nossa situação, não ligam pra gente. Se fosse outro caso, teriam arrumado uma solução mais rápida e eficiente. Teve gente que chegou antes do sol nascer e voltou pra casa de mãos vazias, é um absurdo esse descaso total com a população. Só lembram do pobre na época de eleição", disse Marcos, que também reclamou do perigo de ficar exposto na fila na madrugada.
"Aquele lugar é horrível em questão de violência. Muito perigoso, com presença do tráfico e recorrentes assaltos. Se até eu que sou um homem jovem tenho medo de ficar ali de madrugada, imagina quem é mulher ou idoso", protestou Marcos.
Já Rosilene Rocha, 34, que chegou ao local, às 13h de segunda feira (12), conseguiu ser atendida e teve seu cadastro atualizado do Bolsa Família para o Auxílio Brasil, depois de esperar por mais de 19 horas na fila.
"Consegui resolver na primeira vez porque me planejei para vir com bastante antecedência e enfrentar essa jornada. Sempre que passava por aqui, notava que a fila estava muito grande e não havia outra data em que eu pudesse tentar caso não desse certo hoje, pois tenho três filhos e deixar as crianças com alguém é sempre uma tarefa complicada", contou Rosilene.
A Prefeitura do Rio retomou, no último dia 5, o atendimento para o CadÚnico em seus 47 Cras, após o sistema ficar fora do ar por causa de um ataque cibernético ao centro de dados do município. Ao todo, os Centros ficaram sem poder prestar atendimento presencial durante 21 dias.
Em nota, a Secretaria Municipal de Assistência Social informou que, devido ao ataque dos hackers, todos os computadores usados para o cadastramento foram inutilizados e que comprou, em caráter de urgência, 200 novas máquinas para reiniciar o atendimento aos que procuram programas federais de transferência de renda, limitando cada Cras a realizar 60 cadastros por dia, devido ao número limitado de computadores.
Ainda segundo o órgão, oito polos especiais de cadastramento funcionarão em dois sábados, nos dias 17 e 24 de setembro, nas áreas de maior demanda. Os endereços desses centros, no entando, ainda não foram divulgados.
Em nota, a Secretaria Municipal de Assistência Social informou que, devido ao ataque dos hackers, todos os computadores usados para o cadastramento foram inutilizados e que comprou, em caráter de urgência, 200 novas máquinas para reiniciar o atendimento aos que procuram programas federais de transferência de renda, limitando cada Cras a realizar 60 cadastros por dia, devido ao número limitado de computadores.
Ainda segundo o órgão, oito polos especiais de cadastramento funcionarão em dois sábados, nos dias 17 e 24 de setembro, nas áreas de maior demanda. Os endereços desses centros, no entando, ainda não foram divulgados.
Questionada sobre a longa fila no Cras em Realengo, a SMAS não se pronunciou. O horário de atendimento dos Centros de Referência de Assistência Social é de 8h às 17h, de segunda à sexta.
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