Publicado 15/01/2023 05:00
Rio - O mês de janeiro deu início a uma incessante maratona de pais e responsáveis na tentativa de economizar na hora das compras do material escolar para o ano letivo de 2023. E é bom preparar o bolso, pois a inflação acumulada de 5,79%, até dezembro do ano passado, reflete-se na lista. De acordo com a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (ABFIAE), cadernos e outros produtos com origem de papel terão reajustes entre 20% e 30%.
O aumento no preço de itens básico como borrachas, canetas, estojos, lápis e mochilas pode chegar a 20%. Com a abertura da temporada de matrículas nas escolas particulares, equipes do Procon Carioca, vinculado à Secretaria Municipal de Cidadania, realizou na última semana uma pesquisa no site de cinco grandes varejistas (Amazon, Americanas, Kalunga, Magazine Luiza e Mercado Livre) para orientar pais e responsáveis na árdua maratona.
Foram verificados os valores de venda de 30 produtos. Chamou a atenção da variação de 303,39% no preço da régua 30cm New Line Azul, encontrado por R$ 3,84 na Americanas e por R$ 15,49 na Amazon. Do total de produtos pesquisados, foi constatada oscilação de preço em todos os produtos. Um caderno de cartografia de capa dura, de 90 folhas, custa entre R$ 9,50 e R$ 26,30 — 176, 84% de diferença. A tesoura escolar sem ponta 13 cm, preta (Maped), por exemplo, csai R$ 6,80 na Kalunga, R$ 7,28 na Amazon, R$ 8,99 no Mercado Livre, R $7,90 na Americanas e R $5,00 no Magazine Luiza.
"É importante que os responsáveis realizem pesquisas antes da compra, uma vez que existem diferenças sensíveis nos preços praticados por diferentes estabelecimentos", disse o diretor executivo do Procon Carioca, Igor Costa.
Com a filha matriculada na rede municipal do Rio de Janeiro, a vendedora Katia Santos, de 36 anos, consegue economizar, pois o material didático é fornecido no início do ano letivo pela Prefeitura, assim como o uniforme. Os gastos são pontuais e ajudam a equilibrar as finanças domésticas.
"Quem tem filho sabe que as despesas são constantes e crescentes a cada ano. A economia com escola e lista de material ajuda bastante. E, apertando, sobra um pouco para pagar atividades extras, como as aulas de natação, por exemplo", destacou.
Despesa extra no início do ano
Às vésperas da volta às aulas, o equilíbrio da renda familiar é um verdadeiro exercício de malabarismo somado às despesas programadas com IPTU e IPVA, por exemplo, como destaca Silas Martins. Pai de dois adolescentes que estudam na rede particular, o comerciante, 50 anos, além de ter o gasto com material, começou a negociar o valor da matrícula e possível desconto na mensalidade assim que o ano virou.
"Não é uma tarefa fácil. É preciso ter tempo disponível para percorrer as papelarias e comparar os preços cobrados por lojas online para economizar. Todo início de ano é complicado para pais de crianças e adolescentes. O custo é alto e se soma com outras despesas obrigatórias a cada virada de ano, como IPTU, IPVA, seguro...", disse Silas Martins.
O Procon-RJ lançou no início de janeiro uma nova cartilha para uma série de orientações para esclarecer as principais dúvidas dos consumidores sobre matrícula e rematrícula escolar, incluindo lista de material, acessibilidade e inadimplência. Entre as principais dicas destacam-se: alunos matriculados e adimplentes têm direito de renovar a matrícula; matrícula de alunos com deficiência não pode ser negada; reajuste da mensalidade deve ser aplicado no momento da matrícula ou da renovação; pedido de materiais de uso coletivo é proibido, assim como exigência de marcas específicas. A cartilha completa pode ser acessada pelo link https://drive.google.com/file/d/1Wwx-PO9W1Jnwt-TyXZsIc6gBkDavNzCL/view.
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