De acordo com a Americanas, a Ame e o e-commerce não serão afetados pela recuperação judicialReprodução: site das Americanas
Publicado 08/02/2023 11:13
O tráfego no site das Americanas teve uma queda de 57% em janeiro, segundo o Itaú BBA. Apesar dos acessos já apresentarem uma diminuição antes do anúncio da dívida bilionária, a redução do tráfego acelerou depois de 11 de janeiro. Nesta data, a Americanas revelou inconsistências contábeis de mais de R$ 20 bilhões — hoje sabemos que passa de R$ 40 bilhões.

Essa queda no acesso, que considerou todo o mês de janeiro, representa uma redução de 56% no tráfego quando comparado ao mesmo período de 2022. Concorrentes da Americanas, como Amazon e Magalu, tiveram aumento de acesso no mês de janeiro.

Motivos para a queda no tráfego após divulgar rombo
Como explicado, a queda nos acessos ao site da Americanas iniciou antes da divulgação do rombo bilionário. Todavia, a situação piorou quando a dívida foi revelada — segundo os administradores judiciais, o total é de R$ 47,9 bilhões. Lojistas estão dificultando as vendas no marketplace da Americanas e os clientes não pretendem continuar comprando na empresa.

Depois do anúncio do rombo, os vendedores do marketplace aumentaram os preços dos seus produtos, tentando afugentar os clientes. Há um temor entre esse grupo de que a Americanas bloqueie o crédito a receber. Logo, a maneira encontrada para evitar as vendas foi subir os preços.

Por consequência, esses valores elevados levam os consumidores a buscarem os e-commerces concorrentes. E claro, os próprios clientes da Americanas podem ficar com medo de não receber os produtos por algum corte na logística ou falência da empresa. Antes de divulgar a dívida, a empresa contava com 49 milhões de clientes ativos.

Contudo, uma pesquisa da agência Pullse mostra que 43% dos clientes vão continuar usando a plataforma. Ou seja, 57% devem desistir de usar o marketplace da Americanas. O e-commerce representa (ou representava) 65% das vendas totais brutas da companhia.

Ainda sobre os clientes, esse público demonstra preocupação com o cashback. A oferta, que devolve uma parte do valor da compra ao cliente, é um atrativo e faz com que os consumidores utilizem o crédito para planejar compras maiores. A dívida bilionária faz com que os clientes tenham medo de perder o cashback de credores da Americanas, como o Banco Inter e Meliuz. No entanto, as duas empresas afirmam que manterão o pagamento do benefício.

De acordo com a Americanas, a Ame, serviço financeiro da empresa e uma opção da cashback nas compras, e o e-commerce não serão afetados pela recuperação judicial.

Queda antes de 11 de janeiro é efeito do Natal
Enquanto diversos fatores explicam a queda após o anúncio do rombo de R$ 47,9 bilhões, a redução do acesso entre o dia 1º e 11 de janeiro é mais simples. Após o período de Natal, os consumidores tendem a reduzir os seus gastos para pagar as compras da data festiva.

Esse mesmo efeito é visto em outros e-commerces, lojas físicas e até no Pix. Desde a consolidação do pagamento instantâneo, o mês de janeiro apresenta uma queda de movimentação no Pix.
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