Publicado 20/02/2023 05:00
O mercado imobiliário no Rio de Janeiro foi bastante afetado desde a pandemia do coronavírus. Uma pesquisa realizada pelo Centro de Pesquisa e Análise da Informação (Cepai) ligado ao Sindicato da Habitação do Rio de Janeiro (Secovi Rio), mostra que em 2022 houve pouca redução no valor dos aluguéis de imóveis comerciais e residências, mesmo com a procura por locação reduzida.
No acumulado de 12 meses do ano passado, em imóveis comerciais, os únicos bairros que tiveram redução nos aluguéis foram Centro (-1,9%) e Tijuca (-1%). Enquanto isso, outros locais tiveram alta significativa, como: Flamengo (+14%), Taquara (+11%) e Del Castilho (+6,4%).
Os imóveis residenciais para locação tiveram desvalorização no aluguel somente no bairro da Tijuca (-8,8%). Já a valorização ocorreu em áreas como Flamengo (+22,4%), Freguesia (+20,5%), Méier (+6,5%) e Centro (+5,1%).
Para o presidente do Secovi Rio, Pedro Wähmann, a área comercial mais afetada na cidade é o Centro, seguido por Copacabana, Botafogo e Barra da Tijuca — porém esses bairros possuem menor número de imóveis comerciais.
"A área mais problemática do Rio indiscutivelmente é o Centro, que vem sofrendo não só pela a crise econômica de 2017 como também pela desorganização urbana e a falta de segurança. A dificuldade para comercialização e locação dessa tipologia de imóveis tornou-se aguda com a pandemia de 2020 e seus
efeitos até o quarto trimestre de 2021", afirmou Wähmann.
efeitos até o quarto trimestre de 2021", afirmou Wähmann.
A dica para quem deseja alugar um imóvel, de acordo com o especialista Carlos Gabriel Feijó, sócio do Bragança & Feijó, é o locador buscar assessoria profissional. Já o locatário deve prestar sempre atenção no estado do imóvel, para evitar problemas na devolução.
O especialista explica que o mercado ainda sente os efeitos da pandemia. "Na minha percepção, o mercado está apresentando claros sinais de reaquecimento, mas ainda temos resquícios da recessão gerada pela pandemia", ressalta.
Segundo Feijó, o proprietário não deve deixar o imóvel fechado por muito tempo, para evitar acumulo de encargos. "Além do acúmulo dos encargos, temos o chamado 'custo de indisponibilidade'. Ou seja, o locador precisa custear o imóvel e deixa de receber os aluguéis, agravando seu prejuízo geral", disse.
Se o locador enfrenta dificuldades, a situação não é melhor para quem procura um imóvel para alugar. A atendente de loja Márcia Freitas, de 35 anos, sente na pele o problema. Segundo ela, a maior dificuldade está em conseguir um bom apartamento, que tenha um aluguel com preço justo e boa localização. "É muito difícil achar um local que esteja em ótimas condições para morar e que o valor do aluguel não seja muito caro, e isso tudo dentro do bairro que desejo morar", diz.
*Matéria da estagiária Júlia Vianna, sob a supervisão de Marlucio Luna
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