Publicado 20/03/2023 13:43
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, criticou nesta segunda-feira (20) a manutenção da taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano.
O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) se reúne na terça-feira (21) para decidir sobre a taxa Selic.
“Não há nada que justifique 8% de juro real acima da inflação quando não há demanda explodindo e de outro lado quando o mundo inteiro está praticamente com juro negativo”, declarou no seminário “Estratégias de Desenvolvimento Sustentável para o Século 21”, na sede do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
O ministro também defendeu um “desenvolvimento inclusivo e com estabilidade” e fez questão de ressaltar que a redução da taxa de juros não deve trazer impactos inflacionários.
“Não pode voltar inflação. A inflação não é socialmente neutra: ela tira do mais pobre e põe para o mais rico”, afirmou.
“Não pode voltar inflação. A inflação não é socialmente neutra: ela tira do mais pobre e põe para o mais rico”, afirmou.
Alckmin elogiou a proposta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que cria um novo arcabouço fiscal para substituir o teto de gastos.
"Temos inúmeros desafios, entre eles imposto e o custo do dinheiro, os juros altos. Mas o governo Lula está muito empenhado em fazer a reforma tributária. Vai simplificar cinco tributos em um único imposto, o IVA, que vai reduzir o custo Brasil", explicou o vice-presidente.
"Temos inúmeros desafios, entre eles imposto e o custo do dinheiro, os juros altos. Mas o governo Lula está muito empenhado em fazer a reforma tributária. Vai simplificar cinco tributos em um único imposto, o IVA, que vai reduzir o custo Brasil", explicou o vice-presidente.
Ele afirmou ainda que está otimista quanto ao avanço da reforma tributária neste ano. “Simplifica tributos e tira a cumulatividade. Vai estimular a exportação e também reduzir o custo Brasil”.
O ministro também demonstrou apoio ao projeto que regulamenta o mercado de créditos de carbono e parabenizou as atitudes do governo federal em busca de diminuir o desmatamento.
“Onde é que eu fabrico bem e barato e consigo compensar a emissão de carbono? E aí o Brasil, como disse o Mercadante, passa a ter uma oportunidade extraordinária para atrair investimentos de energia limpa e de redução de emissões”, prosseguiu.
O que esperar da Selic
O ministro também demonstrou apoio ao projeto que regulamenta o mercado de créditos de carbono e parabenizou as atitudes do governo federal em busca de diminuir o desmatamento.
“Onde é que eu fabrico bem e barato e consigo compensar a emissão de carbono? E aí o Brasil, como disse o Mercadante, passa a ter uma oportunidade extraordinária para atrair investimentos de energia limpa e de redução de emissões”, prosseguiu.
O que esperar da Selic
De acordo com o Paraná Banco Investimentos, a taxa deverá ser mantida em 13,75% no anúncio desta quarta-feira (22).
De acordo com Pedro Oliveira, Tesoureiro do Paraná Banco Investimentos, o Copom terá dificuldades de reduzir a taxa de juros este ano. O Banco Central tem uma meta de inflação a cumprir, que é de 3,25% em 2023 e 3% em 2024-2025, porém as expectativas inflacionárias seguem acima da meta. Tanto o Focus quanto os modelos do Bacen estão com expectativas inflacionárias acima da meta para os próximos 2 anos; ou seja, para atingir o centro da meta, o Copom deverá manter a Selic inalterada, pelo menos até final de 2023.
Sobre o IPCA, em 2023 a inflação deve se manter pressionada e fechar acima de 6%, impactada pela reoneração dos combustíveis e a inflação de serviços, que continua acima de 7%. O núcleo de inflação, que exclui alimentação no domicílio e preços administrados, também continua alto, acima de 7%, mostrando que a inflação está disseminada e arrefecendo lentamente.
Se o BC mantiver a Selic no patamar atual até final de 2023, deve impactar positivamente a inflação de 2024, convergindo para a meta de 3%. Porém, se o ciclo de queda da Selic iniciar ainda este ano, a inflação de 2024 deve superar 4%.
Diante desse cenário, o crédito para pessoas físicas e empresas devem continuar com taxa elevada e com menos oferta no mercado, dado o aumento da inadimplência dos brasileiros. “O crédito consignado continua sendo a melhor opção para quem precisa de empréstimo, com uma das menores taxas de juros do mercado.”
De acordo com Pedro Oliveira, Tesoureiro do Paraná Banco Investimentos, o Copom terá dificuldades de reduzir a taxa de juros este ano. O Banco Central tem uma meta de inflação a cumprir, que é de 3,25% em 2023 e 3% em 2024-2025, porém as expectativas inflacionárias seguem acima da meta. Tanto o Focus quanto os modelos do Bacen estão com expectativas inflacionárias acima da meta para os próximos 2 anos; ou seja, para atingir o centro da meta, o Copom deverá manter a Selic inalterada, pelo menos até final de 2023.
Sobre o IPCA, em 2023 a inflação deve se manter pressionada e fechar acima de 6%, impactada pela reoneração dos combustíveis e a inflação de serviços, que continua acima de 7%. O núcleo de inflação, que exclui alimentação no domicílio e preços administrados, também continua alto, acima de 7%, mostrando que a inflação está disseminada e arrefecendo lentamente.
Se o BC mantiver a Selic no patamar atual até final de 2023, deve impactar positivamente a inflação de 2024, convergindo para a meta de 3%. Porém, se o ciclo de queda da Selic iniciar ainda este ano, a inflação de 2024 deve superar 4%.
Diante desse cenário, o crédito para pessoas físicas e empresas devem continuar com taxa elevada e com menos oferta no mercado, dado o aumento da inadimplência dos brasileiros. “O crédito consignado continua sendo a melhor opção para quem precisa de empréstimo, com uma das menores taxas de juros do mercado.”
Em relação ao câmbio, Oliveira acredita que o dólar deve ficar ao redor de R$ 5,20 no primeiro semestre, com risco de alta, caso o cenário fiscal sofra deterioração; e risco de baixa, caso haja reformas estruturais positivas, como a tributária e o novo arcabouço fiscal.
Para os investidores, Oliveira ressalta que a renda fixa ainda será protagonista em 2023, sendo que os papéis pós-fixados são os mais recomendados. Quanto aos investimentos de até 3 anos, os títulos prefixados também são uma opção interessante para capturar a queda da taxa de juros.
Para os investidores, Oliveira ressalta que a renda fixa ainda será protagonista em 2023, sendo que os papéis pós-fixados são os mais recomendados. Quanto aos investimentos de até 3 anos, os títulos prefixados também são uma opção interessante para capturar a queda da taxa de juros.
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