Publicado 14/04/2023 12:11
O Ibovespa iniciou a sexta-feira em queda, chegando a cair 1,43%, na mínima a 104.934,09 pontos, e com recuo praticamente generalizado na carteira. Porém, assim que as bolsas norte-americanas ganharam tração, o índice Bovespa passou a reduzir as perdas, retomando a marca dos 106 mil pontos da abertura. Com isso, indica fechamento semanal, ora, com alta de cerca de 5,30%, após ceder 1,04% na anterior.
"O saldo da semana caminha para ser positivo. Se o dólar fechar em alta, mas abaixo de R$ 5,00, será manchete, será notícia. Acho que, por enquanto, nada reverte tudo o que aconteceu nesta semana, que nada será descartado", avalia Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos, ao lembrar principalmente da desaceleração acima do previsto pelo mercado do IPCA de março, divulgado na terça, quando o Ibovespa subiu mais de 4%.
Conforme Cruz, da RB, o recuo do índice Bovespa é apenas um ajuste, uma realização, após saltar cerca de seis mil pontos nesta semana.
Enquanto esperam o envio do texto do arcabouço fiscal ao Congresso, os investidores avaliam uma série de divulgações nos Estados Unidos, a começar pela safra de balanços do primeiro trimestre, que teve início hoje. As ações do JPMorgan, Citigroup, BlackRock e Wells Fargo avançavam após os resultados dos dados de janeiro a março de 2023.
Entre os indicadores, as vendas no varejo frustraram a previsão, com queda acima do esperado, mas a produção industrial superou a expectativa. Em meio a falas de dirigentes do Fed, como Austan Goolsbee, da distrital de Chicago, aumentava a chance de alta de 0,25 ponto porcentual no juro dos EUA em maio.
Segundo Leonardo Neves, especialista em renda variável da Blue3 Investimentos, a avaliação de uma semana positiva não cabe somente ao Brasil, mas também ao exterior. "Fecha uma semana bem positiva e é um bom humor que contaminando ao redor do mundo. Tudo indica que esse sentimento irá permanecer. Nesta semana, o Ibovespa chegou a subir quase 7%", destaca.
De acordo com Neves, tecnicamente, o índice Bovespa está em uma região de resistência muito forte, que é a dos 106 mil pontos, o que dificulta mirar novos níveis. "É mais difícil até que se crie força suficiente para avançar, mas a safra de balanços, o afastamento do risco de recessão nos Estados Unidos e notícias positivas no Brasil tendem a ajudar", avalia o especialista da Blue3. Ontem, o Ibovespa fechou em baixa de 0,40%, aos 106 457,85 pontos.
Na China, Lula participou de cerimônia no Grande Palácio do Povo com o presidente Xi Jinping para assinatura de 14 acordos bilaterais - um outro já foi assinado, totalizando 15 ao todo, em temas como agricultura, ciência e tecnologia.
Aqui no Brasil, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, disse que o plano plurianual (PPA) será divulgado na semana que vem, com a volta do presidente Lula da China. Já o ministro da Casa Civil, Rui Costa, afirmou, à CBN, que o projeto do novo arcabouço fiscal será assinado pelo presidente Lula e enviado ao Congresso na segunda-feira.
Às 11h11, o Ibovespa caía 0,33%, aos 106.103,53 pontos. Já o dólar à vista tinha alta de 0,67%, a R$ 4,9601, enquanto os juros futuros também avançavam, na esteira da aceleração dos retornos dos Treasuries dos EUA. As ações da Petrobras subiam perto de 1%, com alta do petróleo, enquanto as da Vale cediam 0,47%, com recuo do minério de ferro na China.
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