Acompanhado da primeira-dama, Janja da Silva, e de vários ministros, Lula disse que não se pode falar de juros no BrasilJosé Cruz/ Agência Brasil
Publicado 04/05/2023 16:24
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Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar, nesta quinta-feira, 4, a alta taxa de juros da economia brasileira. Na quarta-feira, 3, o Comitê de Política Monetário (Copom) do Banco Central (BC) manteve a Selic em 13,75% ao ano, patamar em que se encontra desde agosto de 2023, mesmo sob pressão do governo.

Em discurso no evento de recriação do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o Conselhão, Lula disse que não se pode falar de juros no Brasil.
"Como se um homem sozinho pudesse saber mais do que a cabeça de 215 milhões de pessoas", disse, se referindo ao presidente do BC, Roberto Campos Neto, e arrancando aplausos da plateia.

Em sua fala, Lula disse que "o povo mais pobre sofre as consequências dos juros, mas não reclama porque para ele o que interessa é se a prestação do bem que ele vai comprar cabe no bolso dele. Não adianta comprar uma coisa de juro zero, e ele não poder pagar a prestação".

Em seguida, o presidente completou, rindo: "Eu não estou dizendo isso, Roberto Campos, porque concordo com você, não".

O presidente afirmou, então, que o Conselhão, responsável por debater agendas e temas de interesse dos mais diversos segmentos da sociedade, "pode falar de tudo, só não pode falar de juros".

"Engraçado. É muito engraçado o que se pensa nesse país. Todo mundo aqui pode falar de tudo, só não pode falar de juros. A Fiesp precisa tomar muito cuidado para falar de juros. A federação do comércio, muito cuidado. As indústrias têxteis, muito cuidado. Todo mundo tem que ter cuidado. Ninguém fala de juros. Como se um homem sozinho pudesse saber mais do que a cabeça de 215 milhões de pessoas", afirmou o presidente.
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