Presidente Luiz Inácio Lula da SilvaMarcelo Camargo/Agência Brasil
Publicado 29/06/2023 09:48 | Atualizado 29/06/2023 09:53
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Apesar de dizer que não seria "prudente" comentar a atuação do Conselho Monetário Nacional (CMN) em dia de reunião decisiva do colegiado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou nesta quinta-feira, 29, a meta de inflação brasileira, chamada por ele de "rígida".
"Não sei qual a decisão do Conselho Monetário Nacional. Como cidadão brasileiro, acho que o Brasil não precisa de meta de inflação tão rígida sem alcançar. Temos que ter uma meta que a gente alcance. Alcançou, a gente pode reduzir", afirmou o presidente em entrevista à 'Rádio Gaúcha'. "A política monetária tem que ser móvel. Não pode ser fixa e eterna", acrescentou.
A reunião do CMN de hoje vai debater a meta de inflação de 2026 e a possibilidade de trocar o sistema atual de metas de ano-calendário para meta contínua. O colegiado é formado pelos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento), e pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
"Não quero influenciar na decisão do Conselho Monetário Nacional Eles sabem o que fazer, sabem o que têm que decidir", seguiu o presidente. Lula lembrou que, em 2005, houve um movimento para reduzir a meta de inflação a 3% — meta do ano que vem e 2025 — e ele discordou. "Espero que Haddad e Simone tenham toda a maturidade para tomar a decisão que acharem que devem".
Na entrevista, o presidente ainda voltou a criticar a atual taxa de juros de Campos Neto. "O Senado, quando aprovou a autonomia do BC, estabeleceu critérios para ser autônomo. Um dos critérios é cuidar da inflação, outro é cuidar do emprego e do crescimento. Ele (Campos Neto) até agora tem cuidado pouco porque estabeleceu meta que, pelo fato de não atingir, aumentou juro de forma exagerada", disparou. "É preciso reduzir a taxa de juros para que ela fique compatível com a inflação".
Lula também argumentou que para o dinheiro circular, o juro tem que ser baixo. "Mais importante que política monetária são os 213 milhões de brasileiros", disse o presidente. "O dinheiro tem que circular na mão dos brasileiros para a economia crescer".
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