Publicado 06/07/2023 11:39
Ter um cartão de crédito pode ser um aliado das pessoas que sabem lidar bem com as suas finanças, evitando andarem com altas quantias de dinheiro na carteira. Melhor ainda se elas não pagam nem um centavo sequer pelo serviço, ao optarem por aqueles que oferecem anuidade zero. Porém, se o consumidor faz um mau uso de seu cartão, se verá em meio a altas taxas que podem levá-lo a uma realidade que afeta mais e mais pessoas no Brasil: o endividamento. Um caso que chamou a atenção foi o dos cartões do banco PAN, cujos juros podem chegar a 836,29% ao ano.
Para avaliar todos os custos que podem estar atrelados à utilização de cartões de crédito, a Proteste analisou 72 deles, entre as modalidades básico e diferenciado (com programas de benefícios), de 17 instituições financeiras: Banco do Brasil, Banrisul, Bradesco, BV Financeira, C6 Bank, Caixa Econômica Federal, Digio, Inter, Itaú, Losango, Neon, Next, Nubank, Original, PAN, Santander e Trigg.
Para avaliar todos os custos que podem estar atrelados à utilização de cartões de crédito, a Proteste analisou 72 deles, entre as modalidades básico e diferenciado (com programas de benefícios), de 17 instituições financeiras: Banco do Brasil, Banrisul, Bradesco, BV Financeira, C6 Bank, Caixa Econômica Federal, Digio, Inter, Itaú, Losango, Neon, Next, Nubank, Original, PAN, Santander e Trigg.
“O principal critério que levamos em conta foi o cartão não ter custo ao consumidor. Mas, como o mau uso dele é a causa principal dos endividamentos, também vamos alertar quanto ao risco por terem os juros mais caros do mercado”, explica Rodrigo Alexandre, especialista Proteste.
Principal causa de nome sujo
É preciso ficar atento aos perigos para quem não consegue pagar a fatura. Dados recentes da Serasa – empresa para consultas a restrições a créditos — mostram que, entre os 70,5 milhões de inadimplentes no país, 31,6% deles se devem a dívidas pelo uso do cartão de crédito, causa campeã no ranking dos negativados. E, em comparação a fevereiro de 2022, houve um aumento de 3% no número de pessoas que não conseguiram saldar seus débitos.
Segundo a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor de 2022, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), nos últimos dez anos a proporção de endividados no cartão avançou 11,4 pontos percentuais, passando de 75,2% para 86,6%. No Rio e em São Paulo, a situação é a mesma, como mostra a Pesquisa Proteste sobre endividamento, de 2022 — 74% dos entrevistados dessas cidades citam o cartão de crédito como o motivo de negativarem seus nomes. O mesmo percentual se repetiu na terceira edição dessa pesquisa, em abril de 2023.
O responsável por esse cenário que afeta as famílias brasileiras é uma pequena sigla: CET, que significa Custo Efetivo Total e reúne todos os encargos, tributos, taxas e despesas de um crédito. O problema é que, antes da contratação de um cartão, o consumidor tem muita dificuldade de saber quanto pagará de CET se atrasar o pagamento. Isso só fica claro depois, vindo na fatura.
Dessa vez, o CET mais alto encontrado foi de 836,29% ao ano, nos cartões do banco PAN para quem usar o crédito rotativo, que é quando o consumidor não consegue fazer o pagamento total. O mais baixo ficou com o cartão Nubank Gold, com 289,60% ao ano. “Mesmo assim, é um valor alto demais. Os juros praticados no cartão de crédito no Brasil são os maiores comparados a qualquer outra taxa vigente no mercado”, alerta Rodrigo.
Outro tipo de juro que compromete as finanças é o do parcelamento da fatura, que é quando o cartão dá a possibilidade de parcelar o valor total que deveria ser pago. “Essa é uma maneira de o consumidor não entrar no rotativo. Porém, encontramos juros de até 657,68% ao ano, no cartão Next Visa internacional. Por isso, também não aconselhamos que se faça esse tipo de parcelamento”, sugere.
Há mais dois juros que devem ser evitados: o do parcelamento de compras (podem chegar a 274,10% ao ano, no Banrisul Mastercard básico) e da função saque com o cartão de crédito (o maior CET neste estudo foi de 759,64% ao ano, no Banrisul Gold, Standard e Classic). Assim, o ideal é parcelar as compras apenas quando não são cobrados juros pela loja e evitar sacar dinheiro, porque o valor que será pago pelo empréstimo – já que seu cartão não é débito, e sim de crédito – será bem alto. E ainda é cobrada uma tarifa, que pode chegar a R 18,90 (saque nacional nos cartões do Bradesco) e a R 50 (saque no exterior pelo cartão da BV Financeira).
Principal causa de nome sujo
É preciso ficar atento aos perigos para quem não consegue pagar a fatura. Dados recentes da Serasa – empresa para consultas a restrições a créditos — mostram que, entre os 70,5 milhões de inadimplentes no país, 31,6% deles se devem a dívidas pelo uso do cartão de crédito, causa campeã no ranking dos negativados. E, em comparação a fevereiro de 2022, houve um aumento de 3% no número de pessoas que não conseguiram saldar seus débitos.
Segundo a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor de 2022, da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), nos últimos dez anos a proporção de endividados no cartão avançou 11,4 pontos percentuais, passando de 75,2% para 86,6%. No Rio e em São Paulo, a situação é a mesma, como mostra a Pesquisa Proteste sobre endividamento, de 2022 — 74% dos entrevistados dessas cidades citam o cartão de crédito como o motivo de negativarem seus nomes. O mesmo percentual se repetiu na terceira edição dessa pesquisa, em abril de 2023.
O responsável por esse cenário que afeta as famílias brasileiras é uma pequena sigla: CET, que significa Custo Efetivo Total e reúne todos os encargos, tributos, taxas e despesas de um crédito. O problema é que, antes da contratação de um cartão, o consumidor tem muita dificuldade de saber quanto pagará de CET se atrasar o pagamento. Isso só fica claro depois, vindo na fatura.
Dessa vez, o CET mais alto encontrado foi de 836,29% ao ano, nos cartões do banco PAN para quem usar o crédito rotativo, que é quando o consumidor não consegue fazer o pagamento total. O mais baixo ficou com o cartão Nubank Gold, com 289,60% ao ano. “Mesmo assim, é um valor alto demais. Os juros praticados no cartão de crédito no Brasil são os maiores comparados a qualquer outra taxa vigente no mercado”, alerta Rodrigo.
Outro tipo de juro que compromete as finanças é o do parcelamento da fatura, que é quando o cartão dá a possibilidade de parcelar o valor total que deveria ser pago. “Essa é uma maneira de o consumidor não entrar no rotativo. Porém, encontramos juros de até 657,68% ao ano, no cartão Next Visa internacional. Por isso, também não aconselhamos que se faça esse tipo de parcelamento”, sugere.
Há mais dois juros que devem ser evitados: o do parcelamento de compras (podem chegar a 274,10% ao ano, no Banrisul Mastercard básico) e da função saque com o cartão de crédito (o maior CET neste estudo foi de 759,64% ao ano, no Banrisul Gold, Standard e Classic). Assim, o ideal é parcelar as compras apenas quando não são cobrados juros pela loja e evitar sacar dinheiro, porque o valor que será pago pelo empréstimo – já que seu cartão não é débito, e sim de crédito – será bem alto. E ainda é cobrada uma tarifa, que pode chegar a R 18,90 (saque nacional nos cartões do Bradesco) e a R 50 (saque no exterior pelo cartão da BV Financeira).
Anuidade também pesa no bolso
Um aspecto que pode pesar para quem faz uso do cartão de crédito sem levar em conta detalhes essenciais é o custo da anuidade. A dica é buscar um cartão com anuidade zero. No estudo da Proteste, foram encontrados os maiores valores para quem tem renda mínima de R 7 mil: R$ 718, no cartão BV Único, da BV Financeira. Para renda mínima de R 5 mil, o Itaú Latam Pass Platinum, do Itaú, cobra anuidade de R$ 660. Mesmo quem tem renda a partir de um salário mínimo pode não ficar livre dessa despesa: no cartão internacional do banco PAN, custa R$ 264.
Mas, na hora da adesão a algum cartão que ofereça anuidade zero, é importante observar dois aspectos. O primeiro é que alguns só são isentos nos 12 meses iniciais, como foi visto com Santander Dufry Platinum e Banrisul Mastercard (Gold, Standard e Platinum). E o segundo é que alguns atrelam essa isenção a alguma condição, como a utilização mensal do cartão com um valor mínimo. Isso acontece com Mastercard Libre (do Banrisul), Bradesco NEO Platinum e Santander SX. “No mês em que o consumidor não atingir os gastos estabelecidos para a isenção da anuidade, será cobrada a parcela mensal referente à anuidade do cartão”, orienta o especialista Proteste.
Mas, na hora da adesão a algum cartão que ofereça anuidade zero, é importante observar dois aspectos. O primeiro é que alguns só são isentos nos 12 meses iniciais, como foi visto com Santander Dufry Platinum e Banrisul Mastercard (Gold, Standard e Platinum). E o segundo é que alguns atrelam essa isenção a alguma condição, como a utilização mensal do cartão com um valor mínimo. Isso acontece com Mastercard Libre (do Banrisul), Bradesco NEO Platinum e Santander SX. “No mês em que o consumidor não atingir os gastos estabelecidos para a isenção da anuidade, será cobrada a parcela mensal referente à anuidade do cartão”, orienta o especialista Proteste.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.