Novas regras do Minha Casa Minha Vida podem impulsionar o mercado imobiliário no EstadoFreepik
Publicado 10/07/2023 05:00 | Atualizado 10/07/2023 07:43
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A Caixa Econômica Federal colocou em vigor as novas regras do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) na sexta-feira, 7. O objetivo da iniciativa é aumentar o acesso da população ao crédito imobiliário e facilitar a aquisição de novos imóveis. Entre as principais mudanças, estão o aumento do valor máximo do imóvel a ser comprado, o acréscimo no subsídio para financiamento e a redução dos juros, que pode ser contratado nas agências do banco estatal e também nos correspondentes. 
Para as famílias na Faixa 3, com renda mensal de R$ 4.400 a R$ 8.000, o custo do imóvel que pode ser adquirido aumentará de R$ 264 mil para R$ 350 mil em todo o território nacional. Já nas Faixas 1 (até R$ 2.640) e 2 (R$ 2.640,01 a R$ R$ 4.400), o valor dependerá da localização da unidade habitacional e ficará entre R$ 145 mil, para municípios com até cem mil habitantes, e R$ 190 mil ou R$ 264 mil, nos demais. Nas duas primeiras faixas, o limite anterior variava de R$ 130 mil a R$ 230 mil.
Os novos valores também incluem um aumento no subsídio, financiamento pago pela União por meio do programa habitacional, para complementação da compra do imóvel pelo FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). A quantia máxima passou de R$ 47.500 para R$ 55.000, de acordo com fatores populacionais, sociais e de renda, e funciona como um desconto dependendo do salário e a localização do imóvel. Famílias com menor poder de arrecadação terão direito a maiores subsídios. Dependendo do caso, governo pode chegar a financiar 95% do valor total. 
A taxa de juros foi reduzida dependendo da renda e região com os menores valores voltados aos cotistas do FGTS: 
Faixa 1 até R$ 2 mil: Cotista do FGTS recebe 4% (Norte e Nordeste) e 4,25% (Sul, Sudeste e Centro-Oeste). Não cotista paga 4,5% (Norte e Nordeste) e de 4,75% (Sul, Sudeste e Centro-Oeste)
Faixa 1 entre R$ 2.000,01 a R$ 2.640: Cotista do FGTS recebe 4,25% (Norte e Nordeste) e 4,50% (Sul, Sudeste e Centro-Oeste). Não cotista paga 4,75% (Norte e Nordeste) e 5% (Sul, Sudeste e Centro-Oeste).
Faixa 2 entre R$ 2.640,01 a R$ 3.200: Cotista do FGTS recebe 4,75% (Norte e Nordeste) e 5% (Sul, Sudeste e Centro-Oeste). Não cotista paga 5,25% (Norte e Nordeste) e  5,5% (Sul, Sudeste e Centro-Oeste).
Faixa 2 entre de R$ 3.200,01 a R$ 3.800: Cotista do FGTS recebe 6,5% em todo país. Não cotista paga de 6% em todo o país em todo país. 
Faixa 2 entre R$ 3.800,01 a R$ 4.400: Cotista do FGTS recebe 5,5% em todo país. Não cotista paga de 7% em todo o país em todo país. 
Faixa 3 entre R$ 4.400,01 a R$ 8 mil: Cotista do FGTS recebe 7,66% em todo país. Não costista paga de 8,16% em todo o país em todo país.
Novas oportunidades
As atualizações do Programa Minha Casa Minha Vida pelo Conselho Curador do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (CCGFTS) foram aprovadas pela setor. A MP Construtora, quer atua na região de Niterói e São Gonçalo avalia que as mudanças trazem mais benefícios e oportunidades para as famílias que buscam realizar o sonho da casa própria. 
O CEO da MP Construtora, Bruno Murta, comemora a atualização das faixas. "As mudanças no Programa Minha Casa Minha Vida trazem uma nova perspectiva para as construtoras. Com subsídios aumentados, taxa de juros reduzida e maior valor dos imóveis financiáveis, estamos diante de uma oportunidade única para impulsionar o mercado e oferecer moradias de qualidade para mais famílias", ressalta.
Ainda de acordo com Murta, a um comprometidos em oferecer empreendimentos que se enquadram nas novas faixas do Programa Minha Casa Minha Vida. "Nossa equipe especializada está pronta para auxiliar em todas as etapas do processo, desde a escolha do imóvel até a concretização do financiamento", pontua.
Para a Co-CEO da Construtora Cavazani, Cecília Cavazani, as medidas incentivam não só avanços do emprego e renda, mas também na arrecadação de tributos, o que beneficia toda a cadeia econômica e a maioria da população do Brasil. Por isso, há expectativa de aumento de vendas e também de crescimento na demanda.
“Esperamos o aquecimento nas vendas dos apartamentos já lançados, já que esta melhoria facilita o pagamento pelos nossos clientes e, principalmente, daqueles imóveis mais caros como coberturas e térreo Garden”, afirma.
Com relação ao futuro do setor imobiliário, Cavazani afirma que a empresa aguardava o anúncio do programa para promover o pré-lançamento de um novo empreendimento, que deverá ocorrer no início de agosto. “Estamos otimistas com o custo de obra, que teve um grande aumento durante os anos de pandemia da Covid-19, e os ajustes promovidos pelo governo nos ajuda a equilibrar as nossas margens, o que faz a gente trabalhar de forma mais equilibrada e programada”.
Ainda sobre as mudanças no MCMV, a mentora financeira Silvia Machado afirma que, além de favorecer o setor de construção civil e a economia como um todo, as novas regras ampliarão ainda as possibilidades para os brasileiros que ainda não possuem imóvel próprio.
“Na faixa 3 do programa, por exemplo, a renda foi ampliada, e agora os trabalhadores com salários ou renda familiar entre R$ 4,4 mil a R$ 8 mil estarão inseridos no programa. Na faixa 2, na qual a maioria da população brasileira se encaixa (renda entre R$ 2.640,01 a R$ R$ 4.400 mensais) deverá crescer ainda mais a procura pelos imóveis”, explica Machado.
MCMV no Rio de Janeiro
Na cidade do Rio de Janeiro, a Secretaria Municipal de Habitação afirmou que só trabalha com pessoas na Faixa 1. Dessa forma, as mudanças no programa não impactam a projeção do número de famílias cariocas beneficiadas. A Pasta informou ainda que não há obras do MCMV Faixa 1 em andamento no município. 
Sobre o número de unidades já entregues na capital fluminense desde a criação do programa, a Secretaria aponta que no município, entre 2009 e 2019, mais de 125 mil unidades habitacionais foram contratadas junto à Caixa Econômica Federal e ao Banco do Brasil. Dessas unidades, aproximadamente 31 mil foram entregues aos beneficiários da Faixa I do programa.
Procurado para fornecer dados sobre o programa no Estado, o Ministério das Cidades não se manifestou. 
 
* Matéria do estagiário Rodrigo Glejzer, sob a supervisão de Marlucio Luna
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