Dentre os materiais que tem uma dificuldade grande de reciclagem, estão as lâmpadas que quase não são recolhidas e muitas acabam em aterrosReprodução
Publicado 17/07/2023 05:00
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Uma grande dúvida para a maioria das pessoas é saber quais são os produtos que representam risco de contaminação e descartá-los corretamente. O que fazer quando um medicamento com prazo de validade vencido? Basta jogá-lo no vaso sanitário? Esta prática, por exemplo, representa séria ameaça ao meio ambiente. O mesmo vale para pilhas, baterias, produtos eletrônicos ou equipamentos de informática, geralmente jogados fora como lixo comum.

Os resíduos mais perigosos são os hospitalares, principalmente agulhas, vidros, seringas e materiais contaminados em geral. Além disso, alguns materiais eletrônicos contêm metais como cádmo, mercúrio, chumbo, entre outros. Entre os materiais que com mais dificuldade de reciclagem, estão as lâmpadas, que quase não são recolhidas e, na maioria das vezes, acabam em aterros.

Segundo a gestora ambiental Andresa Alcoforado, a destinação correta dos resíduos precisa começar na casa do consumidor, em escolas, empresas e em qualquer espaço.

“Nem todas as prefeituras têm gestão de resíduos. Também nem todas as empresas que recolhem lixo urbano têm coleta seletiva. O ideal seria ter mais lugares em que a população pudesse deixar os resíduos, que as empresas de coleta de lixo buscassem os materiais — de preferência já separado — e fosse encaminhado o volume menor de resíduos para o aterro”, destaca Andressa.

Para Jean Marc Sasson, especialista em direito ambiental e mudanças climáticas, a conscientização começa na casa do consumidor, que precisa separar esses materiais perigosos e levar até um ponto de recolhimento. Ele lembra que a empresa que faz esta coleta precisa ter um plano de gerenciamento de resíduos.
"Desde 2010 foi aprovada uma lei para que todos os chamados 'produtos perigosos' venham com um selo na embalagem para que seja identificado pelo consumidor. São eles: eletroeletrônicos, lâmpadas florescentes, pilhas, baterias, óleos, lubrificantes, pneus. Todos são produtos perigosos", informou.
Sasson alerta que a obrigação da logística reversa é compartilhada entre fabricantes, comerciantes e o próprio consumidor. "O consumidor, em posse desses produtos precisa coletar, armazenar, e destinar esses produtos perigosos nos locais de recolhimento, como farmácias e bancos."
Para Andressa, a dica mais importante é separar o lixo seco do molhado. "O seco são os plásticos, embalagens, papel, potes, vidro, entre outros materiais. Importante também, sempre passar uma água na caixa de leite, manteiga, nos produtos que deixam resíduos, para que o material não fique sujo e atrapalhe o reciclador. O lixo molhado geralmente é resto de comida, pó de café e resíduo de banheiro. Ainda existem pessoas que reduzem ainda mais seus resíduos, separando cascas de verduras e frutas, para fazer compostagem. O importante é dizer que todos nós somos responsáveis pelo resíduo que nós produzimos", informou.
Como descartar medicamentos vencidos?
Há uma lei que obriga farmácias e drogarias a fazerem política reversa, ou seja, que coloquem em suas lojas locais para a coleta do medicamentos.
O consumidor deve então:
- Separar os medicamentos vencidos; - Levar até uma farmácia ou drogaria;
- Fazer o descarte separado dos medicamentos, bulas e caixas.
As redes de farmácias e drogarias se comprometem então em dar a destinação final seguindo a legislação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.  
Descarte de outros 'produtos perigosos'
No caso das pilhas, baterias, equipamentos antigos de informática, celulares, existem outros locais que fazem o recolhimento desse material. como shoppings, supermercados, agências bancárias e lojas de operadora de telefonia.
É necessário apenas que o consumidor leve seu lixo eletrônico até o local e deposite no lugar indicado, que é próprio para o recolhimento. 
*Matéria da estagiária Júlia Vianna, sob supervisão de Marlucio Luna. 
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