Publicado 22/08/2023 11:09
O ministro dos Transportes, Renan Filho, disse na noite desta segunda-feira, 21, que o governo seguirá analisando grandes projetos de infraestrutura que esbarram em conflitos ambientais. "Na área de infraestrutura, não acho conveniente descartar investimentos. Precisamos discutir as condições para levá-los adiante", disse ao programa 'Roda Viva', da TV Cultura.
Obras como a BR-319 e a Ferrogrão, que ficaram de fora do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), entrando apenas como estudos, seguirão em análise, segundo o ministro. "A BR-319 já teve asfalto. Manaus é a única que está fora da ligação com o transporte rodoviário", disse sobre a rodovia que liga Porto Velho (RO) a Manaus (AM) e tem um trecho considerado intransitável, mas que não é recuperado por impasses ambientais
Sobre a Ferrogrão, o ministro disse que se não este, outros projetos ferroviários precisarão ser feitos na região de Mato Grosso. "O país não suporta mais escoar o volume de grãos por rodovias. Nós vamos precisar de ferrovias. E onde? Onde tiver sustentabilidade ambiental", afirmou.
O Ministério dos Transportes projeta até R$ 40 bilhões de investimentos adicionais em ferrovias para além do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), incluindo recursos públicos e privados, disse Renan Filho.
O PAC prevê R$ 94,2 bilhões para a malha ferroviária, sendo R$ 88,2 bilhões vindos da iniciativa privada e R$ 6 bilhões públicos.
Renan Filho voltou a afirmar que ampliar a malha ferroviária no Brasil é prioridade do governo, apesar das cifras menores previstas para esse modal no PAC. Para rodovias, por exemplo, o montante é de R$ 185,5 bilhões, sendo R$ 73 bilhões investidos pelo governo.
O ministro argumentou que essa diferença se deve ao fato do PAC focar na conclusão de obras já iniciadas. "Não incluímos novos projetos. Por isso, lançaremos um plano nacional ferroviário a ser incluído no PAC", afirmou.
Renan Filho disse ainda que o ministério tem negociado com concessionárias de ferrovias sobre as quatro renovações realizadas durante o governo anterior. "Esse diálogo tem sido realizado de boa vontade pelas companhias", afirmou, citando a Rumo, MRS e Vale.
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