Publicado 26/08/2023 09:27 | Atualizado 26/08/2023 09:29
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou nesta sexta-feira, 25, os empresários brasileiros que, em sua visão, não estão preocupados com a indústria nacional. Em aceno ao presidente eleito da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, Lula disse que ele parece estar preocupado com o país. A declaração foi feita durante fórum econômico em Angola.
"Acho importante que o Jorge (Viana, presidente da Apex); o Sebrae; a Fiesp, com o companheiro Josué (Gomes); a CNI, que agora vai ter um presidente que me parece que é preocupado com a indústria de verdade, o (Ricardo) Alban, que é um companheiro da Bahia que vai assumir a presidência da CNI, na hora que a gente tiver empresários preocupados com a indústria de verdade, preocupados em fazer investimentos, porque se a gente tivesse essa preocupação, a gente não tinha permitido a quebradeira da indústria de engenharia brasileira".
A fala ocorreu na esteira de críticas do presidente em relação à Operação Lava Jato. Ele questionou: "Todas elas (empresas de engenharia) quebraram em benefício de quem? Faça uma licitação para ver quantas empresas brasileiras aparecem e quantas estrangeiras".
Alban foi eleito em maio deste ano para um mandato de quatro anos à frente da (CNI). Ele irá assumir a presidência em 31 de outubro, quando se encerra a gestão de Robson Braga de Andrade.
A convocação dos empresários, conforme o próprio Lula classificou, aconteceu durante a defesa de que o Brasil deve investir mais na África. "Vamos voltar a fazer financiamento aos países africanos, investimentos em Angola, que é um bom pagador das coisas que o Brasil investiu aqui", citou. "Angola sempre foi um país que nos deu a certeza de que cada dólar investido aqui seria ressarcido. E assim o fez."
Desde que assumiu a gestão Lula 3, o chefe do Executivo trabalha para retomar um protagonismo brasileiro perante ao mundo. Nos últimos dias, o presidente teceu fortes críticas à hegemonia de países do Norte global perante os do Sul. Segundo ele, contudo, o Brasil não quer mais ser segregado ao mundo nem tratado como insignificante ou com o termo "terceiro mundo".
"Nosso projeto é fazer com que o Sul do mundo se coloque em pé de igualdade com o Norte do mundo", reiterou. "Temos muitas condições a oferecer, por isso queria fazer um convite aos empresários brasileiros." O presidente afirmou que quer que os empresários sejam a "alavanca para criação de novos empregos necessários".
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