Campos Neto disse que as estimativas de crescimento do Brasil hoje são mais baixas do que há oito anosReprodução/B3
Publicado 04/09/2023 17:39
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São Paulo e Brasília - As reformas realizadas nos últimos anos podem ser responsáveis por parte das surpresas para cima registradas no Produto Interno Bruto (PIB) recentemente, afirmou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. "Não tem como provar que em parte as surpresas de crescimento que estamos vendo — e já temos 15 meses de surpresa para cima — sejam por ganho de eficiência cumulativa de várias coisas que foram feitas no passado, mas acho que é isso provavelmente que está acontecendo", disse.
Campos Neto também destacou que as estimativas de crescimento potencial do Brasil hoje são mais baixas do que eram há oito anos, embora uma série de demandas expostas por economistas naquela época tenha sido pelo menos parcialmente atendida, como a reforma da Previdência e a Lei de Liberdade Econômica.
Para o presidente do BC, essa contradição pode ser reflexo de uma contaminação das expectativas pelo crescimento baixo apresentado pelo Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos anos.
Campos Neto ressaltou, no entanto, que o país enfrentou uma série de problemas nesse período, como a pandemia e questões estruturais.
O presidente da autarquia participou de palestra no Brazil Payments Forum, promovido pelo Banco J.P. Morgan, em São Paulo.
Agenda de tecnologia e inovação
No mesmo evento, ao comentar a agenda de tecnologia e inovação do BC, Campos Neto argumentou que a junção do novo marco cambial com um sistema de pagamentos digital transfronteiriço, que está sendo pensado e desenvolvido pelo BIS (Banco de Compensações Internacionais), pode ajudar muito o comércio internacional do Brasil. "Inclusive, pode ajudar na abertura comercial, que é um problema que nós temos."
Outro exemplo de avanços na economia que a agenda digital pode trazer é baratear a intermediação de ativos não financeiros. "Os brasileiros têm dificuldade de extrair equity da parte imobiliária. A alavancagem do brasileiro em parte imobiliária é baixa ante outros países, talvez sub ótima. Há muita dificuldade na parte contratual e de registros", explicou.
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