Publicado 14/09/2023 14:15
O Brasil já importou 62.340 carros elétricos de janeiro de 2017 a agosto de 2023. Em valores representa US 619,15 milhões. Em quantidade, 32.083 (51,5%) foram da China. O custo dos automóveis chineses soma US 125,81 milhões (R$ 612,69 milhões).
A Índia foi o 2º país que mais vendeu carros elétricos ao Brasil. A soma atingiu 16.481 carros comercializados, segundo dados do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços). Em 2023, a China negociou 47,1% do total de automóveis do tipo importados pelo Brasil. Foram 3.367 veículos adquiridos do país asiático no período, somando US 59,73 milhões.
O Brasil ainda importou 5.884 veículos da Bélgica, 2.564 unidades da Alemanha, 1.354 do Reino Unido, 1.535 da Suíça, 1.078 da França e 889 unidades dos Estados Unidos. Somando outros países como Argentina, Áustria, Cingapura, Colômbia, Coréia do Sul, Dinamarca, Eslováquia, Espanha, Hungria, Itália, Japão, México e Taiwan juntos chegam a marca de 672 unidades.
Ricardo David, sócio-diretor da Elev, empresa de soluções para o ecossistema da eletromobilidade, afirma que “Estamos vendo um crescimento cada vez maior do segmento no Brasil e um dos pontos primordiais para esse significativo aumento está atrelado a novos investimentos. Além disso, a chegada de mais concorrentes no mercado nacional, como a chinesa BYD, tem gerado um efeito dominó nos preços, que ficam mais acessíveis aos consumidores”.
Em geral, a participação da China no mercado de carros importados do Brasil atingiu 13,6% de janeiro a agosto de 2023. Em valores, representa US 440,2 milhões, o resultado já supera todo o ano de 2022, quando o país asiático somou US 186,7 milhões em vendas ao Brasil (5,1% do total).
Os automóveis com motores de combustão seguem dominando o mercado brasileiro em 2023, com 113.310 importados no período (75,1% do total). Os carros elétricos estão bem atrás, com 4,75%. Os carros com motores híbridos (elétrico e a combustão) totalizaram 29.695 unidades, representando cerca de 20% do total importado de janeiro a agosto deste ano.
O Brasil ainda não produz carros elétricos, que fazem parte de um mercado ainda incipiente. Começou a importar veículos do tipo em 2017: foram 50 carros naquele ano e metade veio da China. Outros 22 vieram da França e 3 dos Estados Unidos.
O recorde se deu em 2019, com 27.024 automóveis importados. Os chineses foram responsáveis pela venda de 16.879 carros (62,46%) com motor exclusivamente elétrico ao Brasil.
Caminhões e ônibus elétricos já são produzidos no Brasil, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Há a expectativa de que o país também passe a fabricar carros nos próximos anos.
Ricardo David também aponta que, com investimentos como o estabelecimento da fábrica da BYD na Bahia e com a produção de baterias em Minas Gerais, podemos ver um barateamento dos eletrificados. Deste modo, também teríamos o fortalecimento do mercado externo brasileiro, com a importação desses produtos. “Caso haja uma rede consolidada de montagem no Brasil, grandes empresas poderão exportar os produtos para demais países da América Latina, por exemplo”, afirmou David.
Em 4 de julho, a montadora chinesa BYD anunciou a instalação de 3 plantas industriais em Camaçari, na região metropolitana de Salvador (BA). O investimento anunciado é de R 3 bilhões, com previsão de criação de 5.000 empregos. Uma das maiores ações comerciais realizadas em programas de TV, mostrou a potência da marca, dando 1 carro elétrico zero KM durante o anúncio.
A BYD é uma das maiores fabricantes de carros elétricos do mundo. Na Bahia, a montadora deve produzir veículos elétricos e híbridos (com motor de combustão e elétrico). Chassis de ônibus e caminhões elétricos também serão produzidos na unidade.
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