Publicado 20/09/2023 18:29
Washington - O Federal Reserve (Fed, banco central americano) manteve suas taxas básicas de juros entre 5,25% e 5,50%, seu nível mais alto em 22 anos, e previu um novo aumento ainda este ano.
A decisão foi tomada por unanimidade pelo Comitê de Política Monetária (FOMC), do Fed.
Não se trata do fim do endurecimento iniciado pelo banco central americano para controlar a inflação, pois é esperado um novo aumento ainda este ano.
Para 2024, o Fed espera juros da ordem de 5,1% frente aos 4,6% estimados em junho.
O BC americano também dobrou sua previsão de crescimento do PIB dos Estados Unidos para 2023 para 2,1% contra o 1% previsto em junho, pois a economia avança "em um ritmo sólido", segundo um comunicado publicado ao final de sua reunião de política monetária.
Em sua última reunião, no fim de julho, o Fed apontou um "ritmo moderado" de crescimento da economia americana.
Para 2024, a previsão é de um crescimento do PIB de 1,5%, frente ao 1,1% previsto anteriormente.
No que diz respeito à inflação, os números praticamente se mantêm: 3,3% para este ano, 2,5% em 2024 e 2,2% em 2025.
O presidente do Fed, Jerome Powell, reiterou em uma coletiva de imprensa após o comunicado que, embora a inflação esteja desacelerando, voltar "de forma duradoura" para a meta de 2% "levará tempo".
O Fed elevou onze vezes suas taxas básicas de juros desde março de 2022 na tentativa de encarecer o crédito e reduzir o consumo e os investimentos, que pressionam a alta dos preços.
- Equilíbrio -
Desde o pico de junho de 2022, a inflação tem se moderado bastante, apesar de um pequeno aumento durante o verão no hemisfério norte.
Desde o pico de junho de 2022, a inflação tem se moderado bastante, apesar de um pequeno aumento durante o verão no hemisfério norte.
Em agosto, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) ficou em 3,7% na medição de 12 meses.
O Fed, no entanto, acompanha mais de perto o Índice PCE, que deseja diminuir a 2% e que ficou em 3,3% em julho na medição de 12 meses. Os dados do PCE para agosto serão divulgados em 29 de setembro.
Em relação ao emprego, um mercado muito observado pelo Fed, a situação parece estar se equilibrando após dois anos de escassez de mão de obra. A taxa de desemprego subiu do mínimo histórico, mas segue apresentando bons indícios, ficando em 3,8% em agosto, graças a novos trabalhadores que entraram no mercado de trabalho. Isso deve ajudar a conter a inflação.
Além disso, o consumo, que é o motor da economia, dá sinais de fraqueza, com gastos "modestos" no verão no hemisfério norte, de acordo com o Livro Bege, uma pesquisa realizada pelo Fed.
As famílias americanas estão esgotando suas economias acumuladas durante a pandemia e, portanto, estão se apoiando mais no crédito para financiar seus gastos, de acordo com o Fed.
O crédito está mais caro e isso está levando as pessoas a adiar algumas compras ou simplesmente desistir delas.
Além disso, em outubro, milhões de americanos voltarão a pagar seus empréstimos estudantis após dois anos e meio de pausa devido à pandemia, o que pode afetar sua capacidade de compra.
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