Ministro da Fazenda, Fernando HaddadValter Campanato/Agência Brasil
Publicado 29/09/2023 15:18
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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, descartou nesta sexta-feira, 9, a possibilidade de, no começo do ano, se fazer um novo Desenrola Brasil para renegociar uma nova onda de inadimplência caso os juros não caiam mais e as pessoas, com isso, não ampliem seu poder de compra.
A ideia, de acordo com Haddad, não é essa. De acordo com o ministro, a inadimplência subiu a um nível inédito no país, afetando 72 milhões de pessoas, muito em função de uma crise pandêmica. Ou seja, a pandemia da covid-19 tem muita responsabilidade pelo elevado patamar de inadimplência que se abateu sobre a população brasileira, segundo o ministro.
"Nós tivemos uma crise pandêmica, a inadimplência subiu a um patamar inédito, humilhou 72milhões de pessoas, seus CPFs ficaram negativados. Então estamos fazendo um trabalho para atingir dezenas de milhões de brasileiros que nós esperamos que, com aumento da renda, queda do desemprego, queda de juro... consignado já caiu, Selic já caiu... eu penso que é uma grande contribuição que está sendo dada", disse o ministro Haddad.
De acordo com ele, se lhe fosse pedido uma previsão, "eu acho que essa plataforma continuará sendo usada ao longo dos anos, é nova e é um instrumento de fazer encontros entre credores e devedores. Penso que não tem em outros países. Acho que será um case a ser analisado."
"Estamos falando de milhões e milhões de pessoas que levariam anos para se encontrarem e que se encontraram por meio desta plataforma para zerar posições. É uma coisa que poder ser usada futuramente e nós vamos, nas próximas semanas, à luz do sucesso até agora, como nos valer deste instrumento da participação do poder público garantindo dívida particular", disse o ministro durante coletiva de imprensa concedida nesta sexta-feira em São Paulo para trata do Programa Desenrola.
O secretário de reformas econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto, que participou da entrevista ao lado do ministro, acrescentou que a plataforma é amigável e que é basicamente uma sequência de "clicks" em que a pessoa vai seguindo o passo a passo até chegar ao ponto de aceitar as propostas que há o site para suas respectivas dívidas.
Em uma espécie de endosso à fala de Haddad, que descartou a possibilidade de uma nova onda de inadimplência que poderia demandar um novo Desenrola Brasil, o secretário acrescentou que na plataforma também é encontrado um curso completo de educação financeira que ensina às pessoas como utilizar bem o crédito e também o dinheiro.
"Vamos acelerar na próxima semana nosso esforço para que as pessoas se cadastrem na plataforma", disse Marcos Pinto.
De acordo com ele, do total de endividados no país, para 21 milhões de pessoas já há ofertas de credores, com boas condições para o acerto da dívida. Basta que as pessoas entrem na plataforma pelo site gov.br, se cadastrem e aceitem ou não as condições a elas oferecidas.
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