Produção agroindustrial sobe 2,5% em agosto, diz FGV AgroReprodução
Publicado 27/10/2023 13:52
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A produção agroindustrial no Brasil avançou 2,5% em agosto em relação a igual mês de 2022, informou nesta sexta-feira, 27, a FGV Agro, que calcula o Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro). A instituição acrescentou, ainda, que este resultado foi "o melhor mês de agosto dos últimos sete anos". Segundo a instituição, a expansão da agroindústria ocorreu exclusivamente pelo avanço do segmento de Produtos Alimentícios e Bebidas, cuja alta foi de 6,2%. O segmento de Produtos Não-Alimentícios, por sua vez, registrou novamente contração, de 1,7%.
"Como consequência do bom resultado do mês de agosto, a agroindústria reduziu suas perdas no acumulado de 2023. Até julho, a contração era de (-0,9%) e foi reduzida para (-0,4%)", informou a FGV Agro. "Por pouco, a produção agroindustrial não entrou para o campo positivo", cita a instituição, acrescentando que como base de comparação, até julho, a contração acumulada era de 0,9%. "Claramente, a agroindústria melhorou neste último mês."
A FGV Agro avalia também, no estudo, que, dentro do setor de Produtos Alimentícios, o setor de alimentos de origem vegetal cresceu 15,8%, representando a sexta expansão interanual consecutiva e "o melhor mês de agosto desde 2010".
O crescimento ocorreu com o aumento da produção de produtos do refino de açúcar (26,1%), arroz (12,9%), moagem de café (12,6%), conservas e sucos (11,0%), moagem de trigo (11,0%) e óleos e gorduras (6,6%).
Em relação aos alimentos de origem animal, cujo índice apresentou alta de 3,7% em agosto deste ano em relação a igual mês de 2022, trata-se da quarta alta interanual sucessiva. No mês de agosto deste ano, o crescimento foi puxado pela alta da produção de carne bovina (9,7%), carne de suínos e de aves (3,8%) e de pescados (5,6%).
Já a queda do setor de bebidas foi causada pela redução da fabricação de Bebidas Não-Alcoólicas (-5,7%). "Porém, vale ressaltar que essa contração se deve à larga base de comparação, uma vez que em agosto/2022, a produção de Bebidas Não-Alcoólicas havia crescido 13,5%."
Em relação ao segmento de Produtos Não-Alimentícios, que caiu 1,7%, a FGV Agro informou que, desde setembro/2022, esse segmento não consegue registrar variação interanual positiva. "De outra forma, é a décima segunda contração consecutiva", diz, na nota. Assim, os principais destaques negativos, por causa da taxa de variação e do peso dentro do segmento, foram Insumos Agropecuários, Produtos Florestais e Produtos Têxteis.
No caso de insumos agropecuários, o recuo foi de 8,8% em agosto, sétima queda consecutiva na comparação interanual. "A contração desse setor é esperada, uma vez que o ano de 2022 foi marcado pelo grande esforço na produção brasileira para garantir a oferta de fertilizantes e defensivos, a qual foi ameaçada pela Guerra na Ucrânia", diz o relatório. "Desta forma, o setor iniciou 2023 com estoques de passagem bem expressivos, o que está impedindo o aumento da produção nesse ano."
Quanto aos Produtos Têxteis, categoria que se contraiu -3,8%, a FGV Agro assinalou que, "com poucas exceções", o setor contraiu fortemente em praticamente todos os meses desde setembro/2021. "Esse setor ainda não conseguiu se recuperar dos efeitos causados, notadamente, pela pandemia de covid-19, sendo fortemente afetado pelo aumento dos custos, pela redução de estoques e gargalos na cadeia logística ocorridos nos últimos anos", citou. "Além disso, a forte concorrência de plataformas chinesas online vem impactando negativamente o setor."
Em relação aos Produtos Florestais, com queda de -3,7% em agosto ante agosto/2022, é a 12ª queda interanual consecutiva do setor. "A contração foi puxada pela redução da produção de papel (-4,3%) e celulose (-6,2%)", disse a FGV Agro. "Salienta-se que, em agosto/2023, as exportações do setor de Produtos Florestais (em volume) se contraíram 13,8% frente a igual mês de 2022, de acordo com o Ministério da Agricultura - isso contribuiu para o desempenho negativo do setor. As exportações se contraíram, especialmente, para a China (-6,3%), Itália (16,7%) e México (-12,9%)", assinalou.
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