Publicado 07/11/2023 18:09
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, informou em uma rede social que o teste industrial com processamento de carga 100% óleo vegetal da Refinaria Riograndense (RPR) foi concluído com sucesso. Segundo Prates, os testes para produzir derivados típicos de petróleo a partir de óleo vegetal vinham sendo feitos em laboratórios, e agora foram testados pela primeira vez em uma refinaria.
"Com base na tecnologia desenvolvida pelo Centro de Pesquisas da Petrobras, o Cenpes, alcançamos êxito na produção de petroquímicos e combustíveis renováveis, como bio-GLP, óleo leve renovável, óleo pesado renovável e bio-BTX (benzeno, tolueno e xileno), produtos que têm aplicações nas indústrias de borracha sintética, nylon e PVC. Além disso, conseguimos atender aos requisitos para a formulação de gasolinas renováveis de alto desempenho", informou Prates, ressaltando que todos os produtos são patentes da Petrobras.
Segundo o executivo, o teste em escala industrial foi conduzido por equipes do Cenpes, e das áreas de Engenharia/Inovação e Refino da Petrobras, e da própria refinaria Riograndense.
A operação para produção dos combustíveis renováveis na refinaria teve início no dia 31 de outubro e decorreu de forma estável, segundo Prates, com os equipamentos operando dentro dos parâmetros desejados até por volta das 17h. "Nesse momento, observou-se uma perda de carga mais significativa nos bicos de injeção de carga da unidade, provavelmente ocasionada pela limpeza que a nova matéria-prima gerou no sistema, levando à decisão de colocar a unidade em recirculação. O problema foi resolvido durante a madrugada do dia 1º de novembro", explicou Prates.
De acordo com o presidente da estatal, a unidade operou de maneira estável durante todo o período de teste, que foi concluído na manhã de segunda-feira, 6.
"Com base nos resultados obtidos, será realizado um estudo de retrofit da unidade de FCC (Craqueamento Catalítico Fluído, na sigla em inglês) da Refinaria Riograndense, permitindo a operação como a primeira biorrefinaria do Brasil", afirmou.
De acordo com Prates, a confirmação dos resultados obtidos nas unidades de pesquisa abre perspectivas para o estabelecimento de contratos de licenciamento da tecnologia comprovada. Em junho de 2024, está previsto um segundo teste de coprocessamento de óleo de pirólise de biomassa com gasóleo.
Ele destacou ainda a participação dos parceiros Braskem e Grupo Ultra - sócios da estatal na refinaria -, para obtenção do resultado positivo da inovação tecnológica, que começa a preparar a companhia para a transição energética.
"A Petrobras voltou e lidera a transição. É uma patente da Petrobras desenvolvida pelo nosso Cenpes, o maior centro de pesquisas da América Latina. Isso é a prova de que a Petrobras não é só discurso quanto a transição energética. Estamos de volta à vanguarda de uma transição gradual, responsável e inclusiva, pois o óleo vegetal em refinarias é demanda para o setor agrícola nacional, pequenos e grandes produtores", avaliou "Este é o primeiro passo de uma enorme transformação que faremos nas nossas refinarias", concluiu.
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