Publicado 04/12/2023 09:09
A expectativa para a inflação deste ano teve leve oscilação para cima no Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 4. A projeção para 2023 passou de 4,53% para 4,54%. Um mês antes, a mediana era de 4,63%. Para 2024, foco da política monetária, a projeção também oscilou de 3,91% para 3,92%. Há um mês, era de 3,91%.
Considerando as 47 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2023 passou de 4,54% para 4,56%. Para 2024, por sua vez, a projeção de alta passou de 3,92% para 3,91%, considerando 46 atualizações no período.
Para 2025, que tem peso crescente nas decisões do Copom, a projeção continuou em 3,50% pela 19ª semana consecutiva — o que evidencia a reancoragem apenas parcial destacada pelo BC após a manutenção da meta de inflação em 3,0% para os próximos anos. No horizonte mais longo, de 2026, a estimativa também seguiu em 3,50%, pela 22ª semana seguida.
As estimativas do Boletim Focus continuam acima do centro das metas para a inflação. Para 2023, a mediana está abaixo do teto da meta (4,75%), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022. Nos outros anos, as expectativas estão dentro do intervalo e também superam o alvo central de 3,0%.
No Comitê de Política Monetária (Copom) de novembro, o BC divulgou projeção de 3,6% para o IPCA de 2024, acima dos 3,5% da reunião anterior. Para 2025, subiu de 3,1% para 3,2% no modelo. Para 2023, a projeção foi atualizada de 5,0% para 4,7%. O colegiado reduziu a Selic pela terceira vez consecutiva em 0,50 pp, para 12,25% ao ano.
Curto prazo
Os economistas mantiveram parte das expectativas de inflação de curto prazo no Boletim Focus desta segunda-feira. A mediana para novembro oscilou de 0,28% para 0,29%. Há um mês, a expectativa era de 0,30%.
Para o IPCA de dezembro, a estimativa se manteve em 0,46%, de 0,50% um mês antes. Já para janeiro de 2024, a previsão para o indicador seguiu em 0,42%, mesmo nível de quatro semanas atrás.
Próximos 12 meses
Os economistas do mercado financeiro alteraram no Boletim Focus desta semana a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses de 3,91% para 3,92%, de 3,94% há um mês. Essa medida ganha importância no contexto da meta de inflação contínua a ser perseguida pelo Banco Central, em substituição a de ano calendário.
No fim de junho, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva irá editar decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de 2025, em substituição à atual meta calendário. No dia 20 de outubro, Haddad confirmou que não há previsão para publicar o decreto que regulamenta a meta de inflação contínua.
"Até aqui, não (há previsão de publicar o decreto). Consultas estão sendo feitas pela Secretaria de Política Econômica da Fazenda. Mas nós temos tempo, e provavelmente até o final do ano nós vamos ter notícias", disse o ministro, em São Paulo.
O secretário de Política Econômica, Guilherme Mello, já disse ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) que a SPE já terminou a pesquisa sobre as experiências internacionais, mas que ainda não houve apresentação para o restante da equipe econômica nem para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, responsável por editar o decreto.
Na avaliação do diretor de Política Econômica do BC, Diogo Guillen, uma maior autonomia requer maior prestação de contas, mas que a autoridade monetária não antecipa nenhuma mudança na política monetária em função da introdução da meta contínua.
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