Publicado 05/12/2023 15:18
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que o ambiente global tem favorecido o Brasil e que 2023 está sendo um ano melhor do que o esperado, mas que há desafios para o próximo ano. "Estamos em um ambiente que tem favorecido o Brasil, 2023 foi um ano bem melhor do que o esperado. Lembrando que tínhamos projeção de crescimento de 0,5% Ouvi várias vezes que crédito ia colapsar, os juros fariam empresas quebrar, desemprego iria explodir. não aconteceu nada disso, ao contrário", afirmou durante almoço na Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE).
Campos Neto destacou que na política monetária nem sempre o patamar dos juros em si é o mais importante, mas a credibilidade que ele gera, para a tomada de decisões futuras. "Entendemos que o processo de inflação não está ganho, mas se encaminha conforme o esperado", disse.
Ele ponderou que a expectativa fiscal ainda está desancorada e na monetária, a inflação futura levemente acima da meta. "É importante fazer o dever de casa, apesar uma mensagem de consolidação fiscal, de que trabalhamos juntos, monetário e fiscal", disse.
Reiterou que 2023 foi um ano melhor que esperado, mas que 2024 terá desafios. "É difícil cortar gastos, mas tem que ter sinalização fiscal de equilíbrio", falou sobre as ações já encaminhadas pelo governo e ainda em tramitação no Congresso.
Do ponto de vista do BC, ele disse que é importante entender que o processo de melhora está em curso, mas 2024 terá grandes desafios.
Mais cedo, Campos Neto fez uma explanação sobre o cenário externo e pontuou que a pandemia sincronizou ciclos de crescimento dos países, que exigiram remédios para as políticas fiscal e monetária. Ele ponderou que os gastos do mundo desenvolvido com a pandemia foram maiores que dos emergentes e pobres e que em algum momento essa conta será cobrada.
Ele destacou que países como o Brasil, que iniciaram o processo contracionista mais cedo, já têm o benefício de redução dos juros, o que ainda não está ocorrendo no mundo desenvolvido. "A taxa de desinflação está em curso, mas é lenta, o que deixará taxa de juros dos países desenvolvidos mais alta", pontuou.
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