Para este ano, a mediana para o crescimento do PIB continuou em 1,60%Agência Brasil
Publicado 06/02/2024 10:44 | Atualizado 06/02/2024 12:27
As previsões do mercado financeiro para os principais indicadores econômicos em 2024 ficaram estáveis, de acordo com a edição do Boletim Focus, divulgado nesta terça-feira, 6, em Brasília. A pesquisa realizada com economistas é divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC).

Para este ano, a mediana para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro continuou em 1,60%. Um mês atrás, era de 1,59%. Considerando apenas as 28 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2024 variou de 1,65% para 1,62%.

Para 2025, o documento trouxe manutenção na estimativa de crescimento do PIB, em 2,0%, como já estava um mês atrás. Considerando as 21 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2025 também seguiu em 2,0%.

Em relação a 2026, a mediana continuou em 2,0% pela 26ª semana consecutiva. O boletim ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2027, que se mantém em 2,0% por 28 semanas.

A estimativa do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024 é de 2,2%. Já no Banco Central, a projeção atual é de avanço de 1,7% neste ano, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro.
Déficit primário em relação ao PIB em 2024 fica estável
Economistas do mercado financeiro mantiveram as expectativas para a trajetória dos resultados fiscais do governo na semana passada. No relatório Focus, as medianas para o déficit primário em relação ao PIB se mantiveram em 0,80% e 0,60% para 2024 e 2025, respectivamente. Ambas estão nos mesmos níveis de um mês atrás.

A Lei Orçamentária Anual de 2024 prevê superávit de R$ 2,8 bilhões este ano (0% do PIB). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já avisou que o governo "dificilmente chegará à meta zero", até porque o chefe do Executivo "não quer fazer cortes em investimentos e obras."

A mediana do Focus para o déficit nominal em 2024 também ficou estável, em 6,80% do PIB, o mesmo nível em que estava um mês atrás. O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. O resultado nominal reflete o saldo já após o gasto com juros e outras despesas financeiras.

A estimativa para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o Produto Interno Bruto em 2024 também permaneceu inalterada, em 63,60%. Um mês atrás, era de 64,25%.

O déficit nominal projetado para 2025 passou de 6,20% para 6,29% Um mês atrás, era de 6,20%. Já a estimativa para a dívida líquida ficou estável em 66,0% do PIB, ante 66,40% quatro semanas antes.
Selic
Após comunicado sem novidades do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na semana passada, a mediana do relatório Focus para a taxa Selic no fim de 2024 permaneceu em 9,0%. Um mês atrás, já estava nesse nível. Considerando apenas as 43 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2024 também seguiu em 9,0% ao ano.

Na semana passada, o Copom cortou a Selic pela quinta vez consecutiva em 0,50 ponto percentual, para 11,25% ao ano. O colegiado manteve a sinalização de que o ritmo de corte de 0,50 ponto continua sendo o mais apropriado para as próximas reuniões — no plural.
Na coletiva do último Relatório Trimestral de Inflação, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, esclareceu que essa mensagem — repetida desde agosto — vale sempre para dois encontros seguintes a cada reunião. No caso de agora, para março e maio.

No encontro da semana passada, o Copom repetiu que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.

No Relatório de Mercado Focus, a projeção para a Selic no fim de 2025 continuou em 8,50%, igual a um mês antes. Para 2026, a projeção seguiu em 8,50% pela 27ª semana consecutiva. Para 2027, a estimativa também seguiu em 8,50%, nível em que se mantém por 26 semanas.
Câmbio 
Os economistas do mercado financeiro mantiveram as expectativas para o dólar no fim deste ano e do próximo. A mediana do relatório Focus para 2024 permaneceu em R$ 4,92 — o mesmo nível da semana anterior, mas abaixo dos R$ 5,00 de um mês atrás.
A projeção para o fim de 2025 continuou em R$ 5,00, o mesmo nível da edição anterior e de quatro semanas antes.
A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o Banco Central espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.
IGP-M
O relatório Focus publicado nesta terça-feira também mostrou uma queda na expectativa mediana de alta do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) este ano, de 4,02% para 3,81%. Foi a terceira semana seguida de redução da projeção, que um mês atrás estava em 4,06%.

A mediana para 2025 ficou estável, em 3,99%. Quatro semanas antes, estava praticamente no mesmo nível, em 3,98%.

Calculados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), os IGPs são bastante afetados pelo desempenho do câmbio e pelos valores dos produtos de atacado, como as commodities.
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