Publicado 14/02/2024 16:59
A expectativa de cortes de juros mais tardios pelo Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) continuou contendo nesta quarta-feira os preços do ouro, que operou lateralmente até o fechamento, e ainda resistindo acima da marca psicológica de US$ 2.000 por onça-troy.
Na Comex, divisão para metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para abril fechou em queda de 0,14%, a US$ 2.004,30 por onça-troy.
O dólar fraco nesta quarta deu apoio para o ouro, que na mínima intraday chegou a ficar abaixo dos US$ 2.000, mas se recuperou mais para o fim da sessão e terminou com pequenas perdas.
Segundo o TD Securities, a resiliência do ouro no nível atual sugere que há uma atividade de compra renovada nos mercados físicos.
O banco canadense aponta que a desinflação em curso nos Estados Unidos ainda é a "perspectiva macroeconômica mais provável", mas investidores agora estão mais vulneráveis com a possibilidade de cortes tardios.
Em relatório, o ING escreve que o ritmo de flexibilização dos juros do Fed este ano pode mudar. Com isso, a previsão da instituição holandesa de que o ouro vai terminar 2024 perto de US$ 2.150 por onça-troy está "em risco", afirma.
O Julius Baer escreve que os dados da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA de janeiro expôs "vulnerabilidades" no mercado de ouro, e o banco suíço mantém sua visão "cautelosa" sobre os preços do metal precioso.
Para considerar um cenário mais otimista, a instituição diz que seria necessário que o Fed cortasse juros mais rápido, e esta visão só é possível em caso de recessão econômica - que não parece tão próxima do radar.
"Ainda vemos mais perspectivas de baixas do que de altas no mercado de ouro", diz o Julius Baer, ao indicar que os preços têm se sustentado acima dos US$ 2.000 devido à "força das compras de bancos centrais e o aparente regresso dos chineses, que procuram refúgios seguros".
No mundo ocidental, porém, ele destaca que há uma fraqueza na procura por ativos de segurança.
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.