Publicado 28/02/2024 10:00 | Atualizado 28/02/2024 11:15
A Shein, varejista global de moda, anunciou planos de expansão do marketplace da marca no Brasil. A empresa já atua nesta modalidade em São Paulo desde 2023. O bom resultado fez com que ocorresse a expansão para o Rio de Janeiro. A expectativa da empresa é que, até o fim do próximo mês, o número de lojistas em solo fluminense chegue a dois mil.
Mas como funcionam as vendas através do marketplace? Os empresários poderão anunciar seus produtos e vendê-los nas plataformas da Shein, aumentando a visibilidade. Em contrapartida, ele pagará comissão de 16% das vendas à varejista. Este tipo de acordo rende à Shein 55% dos seus ganhos no Brasil.
A empresa já é parceira de cerca de 500 lojistas no Estado. Após São Paulo, o Rio de Janeiro é tratado como o grande foco da marca. São 14 cidades-alvo até aqui: Rio de Janeiro, Niterói, Duque de Caxias, Nova Friburgo, São Gonçalo, Petrópolis, Nova Iguaçu, São João de Meriti, Volta Redonda, Belford Roxo, Três Rios, Mesquita, Cordeiro e Bom Jardim.
A Shein foi em busca de lojistas que já usam o e-commerce e também daqueles que só vendem de forma física, explicando as vantagens do comércio eletrônico. Para incentivar os lojistas, a varejista oferece 30 dias na plataforma livres de comissão. Os vendedores interessados em fazer parte do marketplace da Shein podem efetuar um cadastro por meio do link.
Em entrevista a O DIA, o diretor de marketplace da empresa, Raul Jacob, explicou porque o Rio de Janeiro é uma prioridade com relação à Minas Gerais, que tem população superior.
"A gente fez um mapeamento de empresas que vendem em plataformas on-line e, nesse sentido, o Rio de Janeiro foi superior à Minas Gerais", disse o responsável pelo setor.
Portanto, a diferença de mais de 4 milhões de pessoas entre os dois estados, segundo o IBGE, não se refletiu neste aspecto da indústria. Os mineiros se juntam a Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, como os outros quatro estados que a empresa chinesa irá investir.
Outras modalidades e geração de dois mil empregos
Além do marketplaces, a Shein também lucra de duas formas. Uma delas é com as vendas crossborder — os produtos que saem da China e são comprados por consumidores brasileiros — e a própria produção em solo nacional.
Neste segundo caso, a empresa espera gerar dois mil empregos de forma indireta em fábricas parceiras da Shein na confecção.
Até o fim de 2026, o objetivo da empresa é que apenas 15% das compras feitas no Brasil sejam provenientes da China, fazendo com que 85% das negócios envolvam produtos nacionais da Shein ou do marketplace no país.
Empresa garante que produção nacional não tem relação com novas regras de importação
Em agosto do ano passado, entrou em vigor o programa Remessa Conforme, que são as novas regras de importação de comércio eletrônico no Brasil. Com a mudança, 17% do valor do produto é taxado para as unidades federativas.
A empresa disse que não comentaria sobre qualquer perda sofrida com essa mudança, mas reforça que os programas de marketplace em solo brasileiro e produção no Brasil já haviam sido anunciados em abril de 2023, meses antes da mudança na regra.
"De início, nós apoiamos os consumidores com subsídios desse ICMS", lembrou a empresa, que também se disse "feliz em ajudar o governo".
Lojista de Friburgo tem salto de quase oito vezes no faturamento
O DIA conversou com Paolla Peixoto, que gere uma loja on-line de moda íntima feminina em Nova Friburgo, no interior do Rio. De acordo com ela, houve um grande salto no faturamento da marca a partir do momento da adesão ao marketplace da Shein.
"A Mapolla Intense já nasceu on-line, em 2021, atuando em marketplaces e por meio de um site próprio. Desde que entramos na SHEIN, experimentamos um aumento expressivo das vendas. O faturamento saltou de R$ 40 mil/mês para R$ 300 mil/mês'', relatou.
Paolla também citou que entrar no marketplace foi a "melhor decisão" que tomou para frente da empresa.
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