Publicado 26/03/2024 09:32 | Atualizado 26/03/2024 09:51
A projeção dos analistas para a inflação de 2024 foi revista para baixo, enquanto a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no ano manteve a tendência de seis semanas de alta, segundo dados divulgados nesta terça-feira, 26, pelo Relatório Focus do Banco Central. A pesquisa realizada com economistas é divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC).
A projeção de 2024 passou de 3,79% para 3,75%. Um mês antes, a mediana era de 3,80%. Para 2025, foco principal da política monetária, a projeção oscilou de 3,52% para 3,51%.
Considerando as 94 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2024 se manteve em 3,71%. Para 2025, a projeção passou de 3,50% para 3,53%, considerando 92 atualizações no período.
Para 2026, a projeção continuou em 3,50% pela 38ª semana consecutiva — seguindo a reancoragem apenas parcial destacada pelo BC após a manutenção da meta de inflação em 3,0% para este e os próximos anos. No horizonte mais longo, de 2027, a estimativa seguiu em 3,50%, como também está há 38 semanas.
As estimativas do Relatório de Mercado Focus continuam acima do centro da meta para a inflação, de 3,00%. O IPCA de 2023 ficou em 4,62%, abaixo do teto da meta (4,75%, para um centro de 3,25% no ano passado), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022.
O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou na semana passada projeção de 3,5% para o IPCA de 2024, igual à das reuniões anteriores, de dezembro e janeiro. Para 2025, também seguiu em 3,2%.
Projeção suavizada
Os economistas do mercado financeiro mantiveram a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses no Relatório de Mercado Focus desta semana em 3,45%, mesmo nível da semana anterior. Há um mês, a previsão era de 3,66%.
Em junho do ano passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iria editar decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de 2025, em substituição à atual meta-calendário.
No dia 20 de outubro, porém, Haddad confirmou que não havia previsão para publicar o decreto que regulamenta a meta de inflação contínua. Mas, como mostrou o Estadão/Broadcast, com a chegada de mais diretores do Banco Central indicados por Lula em janeiro, o decreto da meta de inflação poderia ser finalmente publicado, mas isso não ocorreu até o momento.
Curto prazo
Os economistas revisaram as expectativas de inflação de curto prazo. A mediana para março de 2024 passou de 0,22% para 0,21%. Há um mês, a expectativa era de 0,24%. Para o IPCA de abril, a estimativa passou de 0,31% para 0,30%, de 0,36% um mês antes. Já para maio, a previsão para o indicador passou de 0,21% para 0,22%, voltando ao mesmo patamar de um mês antes.
Considerando as 94 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana para 2024 se manteve em 3,71%. Para 2025, a projeção passou de 3,50% para 3,53%, considerando 92 atualizações no período.
Para 2026, a projeção continuou em 3,50% pela 38ª semana consecutiva — seguindo a reancoragem apenas parcial destacada pelo BC após a manutenção da meta de inflação em 3,0% para este e os próximos anos. No horizonte mais longo, de 2027, a estimativa seguiu em 3,50%, como também está há 38 semanas.
As estimativas do Relatório de Mercado Focus continuam acima do centro da meta para a inflação, de 3,00%. O IPCA de 2023 ficou em 4,62%, abaixo do teto da meta (4,75%, para um centro de 3,25% no ano passado), evitando o estouro do objetivo a ser perseguido pelo BC pelo terceiro ano consecutivo, depois de 2021 e 2022.
O Comitê de Política Monetária (Copom) divulgou na semana passada projeção de 3,5% para o IPCA de 2024, igual à das reuniões anteriores, de dezembro e janeiro. Para 2025, também seguiu em 3,2%.
Projeção suavizada
Os economistas do mercado financeiro mantiveram a expectativa para a inflação suavizada para os próximos 12 meses no Relatório de Mercado Focus desta semana em 3,45%, mesmo nível da semana anterior. Há um mês, a previsão era de 3,66%.
Em junho do ano passado, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou ao Conselho Monetário Nacional (CMN) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iria editar decreto estabelecendo uma meta contínua de inflação a partir de 2025, em substituição à atual meta-calendário.
No dia 20 de outubro, porém, Haddad confirmou que não havia previsão para publicar o decreto que regulamenta a meta de inflação contínua. Mas, como mostrou o Estadão/Broadcast, com a chegada de mais diretores do Banco Central indicados por Lula em janeiro, o decreto da meta de inflação poderia ser finalmente publicado, mas isso não ocorreu até o momento.
Curto prazo
Os economistas revisaram as expectativas de inflação de curto prazo. A mediana para março de 2024 passou de 0,22% para 0,21%. Há um mês, a expectativa era de 0,24%. Para o IPCA de abril, a estimativa passou de 0,31% para 0,30%, de 0,36% um mês antes. Já para maio, a previsão para o indicador passou de 0,21% para 0,22%, voltando ao mesmo patamar de um mês antes.
PIB
O relatório elevou pela sexta semana consecutiva a projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024. A mediana para a alta da atividade deste ano passou de 1,80% para 1,85%, ante 1,75% de um mês atrás. Considerando apenas as 60 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2024 oscilou de 1,80% para 1,81%
Para 2025, o documento trouxe manutenção na estimativa de crescimento do PIB em 2,00%, como já está há 15 semanas. Considerando as 54 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2025 também seguiu em 2,00%.
Em relação a 2026, a mediana continuou em 2,00% pela 33ª semana consecutiva. O boletim ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2027, que se mantém em 2,00% por 35 semanas.
A estimativa do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024 é de 2,2%. Já no Banco Central, a projeção atual é de avanço de 1,7% neste ano, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro.
Para 2025, o documento trouxe manutenção na estimativa de crescimento do PIB em 2,00%, como já está há 15 semanas. Considerando as 54 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB de 2025 também seguiu em 2,00%.
Em relação a 2026, a mediana continuou em 2,00% pela 33ª semana consecutiva. O boletim ainda trouxe a estimativa de crescimento para 2027, que se mantém em 2,00% por 35 semanas.
A estimativa do Ministério da Fazenda para o crescimento do PIB de 2024 é de 2,2%. Já no Banco Central, a projeção atual é de avanço de 1,7% neste ano, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de dezembro.
Déficit primário em relação ao PIB
O relatório manteve a projeção de rombo fiscal de 2024. Para o déficit primário em relação ao PIB deste ano, a mediana seguiu em 0,75%, de 0,78% há um mês.
O relatório bimestral de despesas e receitas divulgado em março revisou o resultado primário para um déficit de R$ 9,3 bilhões (0,1% do PIB). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já avisou que o governo "dificilmente chegará à meta zero", até porque o chefe do Executivo "não quer fazer cortes em investimentos e obras".
Já a estimativa do Focus para o déficit nominal em 2024 seguiu em 6,80% do PIB, ante 6,90% de um mês atrás. O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após o gasto com juros e outras despesas financeiras.
A estimativa para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2024 passou de 63,90% para 63,94%, ante 63,68% de um mês atrás.
Para 2025, o déficit primário esperado pelo mercado seguiu em 0,60% do PIB, onde já estava há nove semanas. O novo arcabouço fiscal aprovado no ano passado prevê uma meta de superávit primário de 0,5% do PIB no próximo ano.
O déficit nominal projetado para 2025 seguiu em 6,29% do PIB, ante 6,30% de um mês atrás. A estimativa para a dívida líquida no próximo ano também seguiu em 66,42% do PIB, ante 66,40% de quatro semanas antes.
O relatório bimestral de despesas e receitas divulgado em março revisou o resultado primário para um déficit de R$ 9,3 bilhões (0,1% do PIB). O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já avisou que o governo "dificilmente chegará à meta zero", até porque o chefe do Executivo "não quer fazer cortes em investimentos e obras".
Já a estimativa do Focus para o déficit nominal em 2024 seguiu em 6,80% do PIB, ante 6,90% de um mês atrás. O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após o gasto com juros e outras despesas financeiras.
A estimativa para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2024 passou de 63,90% para 63,94%, ante 63,68% de um mês atrás.
Para 2025, o déficit primário esperado pelo mercado seguiu em 0,60% do PIB, onde já estava há nove semanas. O novo arcabouço fiscal aprovado no ano passado prevê uma meta de superávit primário de 0,5% do PIB no próximo ano.
O déficit nominal projetado para 2025 seguiu em 6,29% do PIB, ante 6,30% de um mês atrás. A estimativa para a dívida líquida no próximo ano também seguiu em 66,42% do PIB, ante 66,40% de quatro semanas antes.
Selic
Após nova redução da taxa básica de juros na semana passada, o mercado manteve em 9,00% ao ano a mediana das projeções do Relatório de Mercado Focus para a Selic no encerramento de 2024 pela 13ª semana consecutiva. Considerando apenas as 77 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2024 também seguiu em 9,00% ao ano.
Em março, o Copom cortou a Selic pela sexta vez consecutiva em 0,50 pp, para 10,75% ao ano. O colegiado mudou a sinalização e indicou que o ritmo de corte de 0,50 ponto porcentual continua sendo o mais apropriado para a próxima reunião — no singular, e não no plural.
No encontro de março, o Copom repetiu que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.
No Relatório de Mercado Focus, a projeção para a Selic no fim de 2025 continuou em 8,50%, como já está há 16 semanas. Considerando apenas as 76 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2025 também seguiu em 8,50% ao ano.
Para 2026, a projeção seguiu em 8,50% pela 34ª semana consecutiva. Para 2027, a estimativa também seguiu em 8,50%, onde se mantém por 33 semanas.
Em março, o Copom cortou a Selic pela sexta vez consecutiva em 0,50 pp, para 10,75% ao ano. O colegiado mudou a sinalização e indicou que o ritmo de corte de 0,50 ponto porcentual continua sendo o mais apropriado para a próxima reunião — no singular, e não no plural.
No encontro de março, o Copom repetiu que a magnitude total do ciclo de flexibilização ao longo do tempo dependerá da evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular daquelas de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.
No Relatório de Mercado Focus, a projeção para a Selic no fim de 2025 continuou em 8,50%, como já está há 16 semanas. Considerando apenas as 76 respostas dos últimos cinco dias úteis, a mediana para o fim de 2025 também seguiu em 8,50% ao ano.
Para 2026, a projeção seguiu em 8,50% pela 34ª semana consecutiva. Para 2027, a estimativa também seguiu em 8,50%, onde se mantém por 33 semanas.
Câmbio
O cenário esperado para o câmbio brasileiro ficou estável no Relatório de Mercado Focus desta semana. A estimativa para o câmbio no fim de 2024 seguiu em R$ 4,95, ante R$ 4,93 de um mês antes. Para 2025, a mediana continuou em R$ 5,00 pela 11ª semana seguida.
A projeção anual de câmbio publicada no Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020. Com isso, o BC espera trazer maior precisão para as projeções cambiais do mercado financeiro.
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