Publicado 03/06/2024 21:58 | Atualizado 03/06/2024 21:59
São Paulo - O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega disse ter sido sondado pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para integrar o conselho da Braskem, petroquímica controlada pela Novonor (ex-Odebrechet) que tem a Petrobras como sócia. A declaração foi dada em entrevista à Bloomberg publicada ontem. Mantega afirmou que aceitará o cargo se sua nomeação for aprovada pelos acionistas.
Publicidade"Eu fui sondado pela Casa Civil e me coloquei à disposição", disse. "Se acaso os acionistas e a assembleia decidirem isso, então eu irei para o conselho da Braskem." Segundo a Bloomberg, a Braskem não quis comentar a declaração do ex-ministro. A Casa Civil não retornou contato.
Desde o ano passado, a Novonor negocia a venda de sua fatia de 50,1% na companhia. A Petrobras é dona de 47%.
Logo após a divulgação da entrevista de Mantega, as ações da Braskem, que estavam em alta pela manhã, começaram a cair e fecharam com queda de 1,42%.
No começo do ano, o governo tentou emplacar o nome do ex-ministro para a presidência da Vale, mas acabou recuando. A informação de que ele poderia ocupar um papel de destaque no comando da empresa afetou o desempenho das ações da mineradora e "amedrontou" acionistas independentes e estrangeiros.
Na época, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi alertado de que a interferência na Vale poderia afetar a imagem do País frente a investidores locais e estrangeiros. A avaliação foi de que houve ainda uma confluência de notícias no campo econômico mal recebidas pelo mercado - como o anúncio do plano de política industrial e a retomada das obras da refinaria Abreu e Lima, um dos focos de corrupção investigada na Operação Lava Jato -, que ajudaram a minar a indicação de Mantega, .
Em março, o conselho de administração da Vale decidiu renovar o contrato de seu presidente, Eduardo Bartolomeo, até 31 de dezembro de 2024.
Mantega é um aliado de longa data do presidente Lula. Foi ministro do Planejamento de 2003 a 2004, no primeiro mandato do petista. Depois, assumiu a presidência do BNDES. Em 2006, foi alçado a ministro da Fazenda, onde ficou até o fim do primeiro mandato de Dilma Rousseff, em 2014.
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