Publicado 23/06/2024 05:00
Rio - Uma edição estratosférica! Em 2024 o Rock In Rock celebra 40 anos e a data marcante promete trazer números impressionantes. De acordo com o Rio Convention & Visitors Bureau (Visit Rio), o festival deve injetar cerca de R$ 900 milhões na economia da cidade, sendo R$ 855 milhões de receita gerada e R$ 42 milhões de arrecadação do Imposto Sobre Serviços (ISS). O cálculo contempla um público de 700 mil pessoas e leva em consideração o gasto médio de visitantes e moradores com hospedagem, alimentação, transporte e atrativos.
PublicidadeJá Leonardo Morel, professor de Economia Criativa da Fundação Getúlio Vargas (FGV), acredita que o impacto econômico seja até maior do que o estimado pela Visit Rio, podendo alcançar os R$ 2,6 bilhões, se considerarmos uma média de crescimento de 20% a cada edição. Caso a previsão se confirme, o RIR deste ano superaria os mais de R$ 2 bilhões gerados na última edição, realizada em 2022.
"[O festival] injeta um volume bastante significativo de receita e isso para cidade do Rio é fantástico, pois movimentamos o segmento do turismo, hotelaria, entre outros serviços. Em 2022, por exemplo, foram 700 mil pessoas e 60% de fora do Rio [cerca de 420 mil]. Essas pessoas também gastam com alimentação, transporte, e acabam aproveitando a cidade, já que quem não conhece o Rio vai visitar os pontos turísticos como Corcovado, o Pão de Açúcar, aquecendo a economia", explica.
É o caso da bióloga Priscilla Pereira, que virá de Macaé para curtir os shows dos norte-americanos Ne-Yo, Akon e Mariah Carey, que acontecem no dia 22 de setembro. "Estimo gastar mais ou menos cerca de R$ 1 mil, levando em consideração ida e volta mais alimentação e bebidas. E ainda vou comprar as passagens mais a condução até a Cidade do Rock", relata.
De acordo com o grupo rodoviário Guanabara — que agora abrange as marcas Expresso Guanabara, Util, Real Expresso, Rápido Federal, Sampaio e Brisa —, haverá um aumento de 30% na oferta de passagens durante o período do evento. Segundo a companhia, os turistas devem vir principalmente de São José dos Campos (SP), Juiz de Fora (MG), Barbacena (MG), Belo Horizonte (MG), Taubaté (SP), São Lourenço (SP), Alfenas (MG), Santos (SP), Guarulhos (SP) e Brasília (DF). Já a Rodoviária do Rio estima que o movimento deste ano aumente 5% se comparado a 2022, quando passaram pelo terminal 435 mil pessoas, entre embarques e desembarques, totalizando 14.790 passageiros a mais.
Mais de 300 mil ingressos vendidos
A menos de três meses para o RIR 2024, 300 mil ingressos já foram vendidos até o momento — o equivalente a seis estádios do Maracanã – com o Rock in Rio Card e as pré-venda Club e Itaú. Aqueles que ainda quiserem ir ao festival só encontram ingressos para os dias 15, 19 e 21 de setembro. Os demais estão esgotados.
O valor do ingresso é R$ 795 (inteira) e R$ 397,50 (meia-entrada) e não há cobrança de taxa de serviço. O pagamento pode ser feito por Pix ou cartão de crédito e o valor parcelado em até seis vezes. Clientes que efetuarem o pagamento com os cartões de crédito Itaú, Credicard e Iti têm 15% de desconto na compra de ingressos, por R$ 675,75 (não cumulativos com a meia-entrada) e poderão parcelar sua compra em até oito vezes sem juros.
O limite de compra do público em geral é de até quatro ingressos por CPF, sendo uma meia-entrada, com exceção para meia-entrada para PCDs, que têm direito a comprar outra meia-entrada também para seu acompanhante.
Importância do festival
Morel também destaca o papel do festival em colocar o Rio no mapa das turnês internacionais.
"A primeira edição foi uma das grandes responsáveis por colocar o Rio de Janeiro como a capital das turnês de grandes artistas internacionais. Na época, a produção teve a audácia de trazer artistas que estavam muito em voga, Depois disso, o Rio passou a ser passagem obrigatória. Vale destacar que o Medina [Roberto Medina, idealizador do Rock in Rio] soube construir uma marca e transformar o festival em uma experiência que vai muito além da música. As pessoas vão para curtir o festival e todas as suas atrações, tanto é que virou uma marca de entretenimento e não é atoa que os ingressos se esgotam com uma rapidez tremenda", diz.
A produtora de eventos Maria Clara Nunes é uma das pessoas que fazem questão de estar presente, já que desde 2011 foi a todas as edições do RIR. "É um festival com uma lista de shows muito boa e é uma oportunidade de vermos artistas por um valor, que se você for dividir por cada apresentação, sai um custo irrisório se compararmos com o preço dos ingressos de show individuais no Brasil", opina.
Números impressionam
No ano passado, o Rock in Rio foi considerado patrimônio cultural imaterial do Estado. Entre os números gigantes do festival, o Rock In Rio teve 22 edições realizadas, com mais de 3.800 artistas escalados, 11.2 milhões de público e 265 mil empregos diretos e indiretos gerados. Já quando se trata de redes sociais, em 2022, as contas do RIR alcançaram mais de 64 milhões de pessoas e mais de 12 milhões de fãs on-line.
O evento deste ano acontece nos dias 13, 14, 15, 19, 20, 21 e 22 de setembro, no Parque Olímpico, na Barra da Tijuca, Zona Oeste. De acordo com o criador e presidente do festival, Roberto Medina, o Rock in Rio 2024 terá investimento de quase R$ 1 bilhão, sendo R$ 450 mil investidos pela própria organização. A declaração foi dada durante coletiva de imprensa, realizada no último dia 15, para marcar o início do Rock in Rio Lisboa.
"Foram mais de 12 milhões de pessoas no Rock in Rio ao longo desses 40 anos. A ocupação hoteleira do festival só é parecida com a do Carnaval. Não é banda, não é estrutura, é o conjunto da obra. Estou trabalhando em um projeto de holografia para que o show continue holograficamente no palco. Já estou bem avançado nisso", disse ao justificar o valor do investimento.
Procurada pela reportagem, a organização do Rock In Rio não retornou sobre qual é a previsão de faturamento do evento.
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