Publicado 15/07/2024 18:03
O ministro Edson Fachin, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), deu 48 horas para a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifestar sobre o pedido de Minas Gerais para prorrogar o prazo de adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF). Uma nova prorrogação daria fôlego ao governo mineiro para renegociar uma dívida de cerca de R$ 160 bilhões com a União. Fachin atua no regime de plantão da Corte na primeira metade de julho, mês de recesso no Judiciário.
PublicidadeO prazo de adesão ao RRF se encerra em 19 de julho, mas o estado pediu uma nova extensão diante da discussão de um projeto de lei (PL) de renegociação das dívidas dos estados. O PL foi apresentado pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG),
O Senado disse ao Supremo na noite de domingo que o projeto deve ser votado na primeira quinzena de agosto. A manifestação responde à intimação de Fachin, que questionou sobre a viabilidade de votar o PL até dia 20 de julho, data prevista para União bloquear recursos de Minas Gerais para pagar parcela da dívida. Segundo o governador Romeu Zema (Novo), "o fluxo de caixa do estado será severamente impactado" caso o bloqueio ocorra — por isso, pede uma nova prorrogação da suspensão da dívida até a regulamentação do tema pelo Legislativo.
A Advocacia-Geral da União (AGU) se manifestou contra a prorrogação e defendeu que é preciso preservar a isonomia com os demais entes federativos. Para o órgão, as sucessivas dilações de prazo para adesão ao RRF se tornaram "um salvo conduto para o não pagamento do seu serviço da dívida".
O prazo para Minas Gerais aderir ao RRF já foi prorrogado duas vezes pelo ministro Kássio Nunes Marques, relator do caso, a pedido de Zema e do presidente da Assembleia Legislativa do estado, Tadeu Martins Leite (MDB). Os benefícios financeiros concedidos pela União já teriam terminado em dezembro do ano passado.
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