Publicado 18/07/2024 08:44 | Atualizado 18/07/2024 08:46
O governo federal marcou para a quarta-feira (24), o evento de lançamento oficial do Voa Brasil, programa que prevê passagens aéreas por até R$ 200. Após sucessivos adiamentos, o governo optou por iniciar o programa com uma versão desidratada, contemplando apenas aposentados do Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), como foi antecipado pelo Estadão.
PublicidadeA inclusão de estudantes do Programa Universidade para Todos (Prouni), previstos como alvo desde o anúncio da ideia do programa, em março de 2023, ficará para uma segunda fase, que não tem previsão de lançamento.
Além do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, a expectativa é de que o vice-presidente e ministro da Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, participe do evento. Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não tem participação prevista na solenidade.
Nessa fase, a estimativa do governo é de que serão ofertadas até cinco milhões de passagens por até R$ 200. Para estar apto a participar do programa, o aposentado não pode ter viajado de avião nos últimos 12 meses antes de solicitar um bilhete pelo programa.
As passagens a serem oferecidas pelas companhias são aquelas classificadas como ociosas - poltronas não vendidas por falta de demanda. Ainda não há detalhamento sobre questões como a antecedência em que os beneficiários poderão solicitar a passagem, nem se haverá garantia de bilhete de retorno, já que a disponibilidade, em tese, depende da dinâmica de venda de passagens, que são ofertadas para o publico geral até poucas horas antes das decolagens.
Histórico
O Voa Brasil foi anunciado por Márcio França, então ministro de Portos e Aeroportos, em março de 2023, como parte das medidas de popularização das viagens aéreas no país. O "formato fácil", dependendo apenas de acordos diretos com as companhias aéreas, se tornou dor de cabeça para o governo e uma confusão no imaginário público.
Sobraram ao governo, conforme acompanhou o Estadão/Broadcast, dificuldades de diálogos com as companhias, ainda que isso não tenha sido admitido publicamente por nenhuma parte. O Executivo apresentou quase uma dezena de estimativas de data para o lançamento, descumprindo todas sem apresentação de justificativas.
Por parte da população, entendeu-se, conforme apontou Costa Filho em entrevista à TV Cultura, que as passagens de até R$ 200 atenderiam a todos. Com isso, o programa é citado como exemplo de fracasso do governo Lula em relação à promessa de política para o barateamento das passagens.
Desafio técnico
A justificativa para deixar estudantes para uma segunda fase é a de que o governo identificou dificuldades técnicas para filtrar aqueles que cumprem o requisito básico do programa: não ter voado nos últimos 12 meses. Para os aposentados do INSS a questão não é um problema, porque há base de dados que monitora as viagens de avião.
Um representante do governo consultado pela reportagem diz que, como compensação à primeira etapa desidratada, a segunda poderá vir mais robusta. Em vez de contemplar apenas estudantes do Prouni, o governo avalia incluir outras categorias, como aqueles que estudam com uso do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies).
Para incluir os estudantes observando o filtro dos 12 meses sem voar, o governo demandou uma base de dados do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), que estaria trabalhando para a entrega.
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