Economia criativa da cultura é responsável por 3,11% do PIB brasileiro, aponta pesquisaArquivo/Fernando Frazão/Agência Brasil
Publicado 12/08/2024 05:00
Rio - Investir em cultura não é apenas inspirador, mas também lucrativo. É o que mostra o estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) sobre os efeitos da Lei Paulo Gustavo (LPG) no Estado do Rio de Janeiro. Segundo o levantamento, em 2023, a cada um real investido, R$ 6,51 retornaram para a sociedade e aos cofres públicos fluminenses.
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A Lei Paulo Gustavo (LPG), regulamentada em dezembro de 2023, proporcionou um investimento histórico de R$ 3,8 bilhões para o setor cultural no Brasil. Do total, foram destinados R$ 2 bilhões aos estados e R$ 1,8 bilhão aos municípios. Coube ao Estado um montante de R$ 139 milhões. Segundo o estudo da FGV, esse valor gerou um impacto de R$ 852,2 milhões na economia fluminense. Foram criados 11.526 postos de trabalho, sendo 75,4% diretos e 24,6% indiretos.
Ainda de acordo com o levantamento, os valores foram direcionados, em sua maioria, para as seguintes atividades: contratação de equipe, artistas e palestrantes, estrutura, locação de espaço, aquisição de equipamentos de informática e audiovisual, logística de transporte, alimentação, hospedagem, comunicação e marketing, além de custos administrativos e tributários.
Importância da cultura para a economia fluminense
A economia criativa da cultura é responsável por 3,11% do PIB brasileiro, aponta a pesquisa realizada pelo Itaú Cultural. Informações da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) revelam que as empresas criativas do Rio produzem o equivalente a R$ 32,1 bilhões, o que corresponde a 4,62% de toda a riqueza gerada no Estado. Essa é a maior participação entre as 27 unidades federativas do Brasil.
No 4º trimestre de 2023, mostra o levantamento do Itaú Cultural, o Rio de Janeiro possuía 736.015 trabalhadores da Economia da Cultura e das Indústrias Criativas (Ecic), o que representa 10% dos empregados do segmento em nível nacional. De acordo com o Sebrae Rio, o Estado conta hoje com 76,8 mil pequenos negócios ligados ao setor de economia criativa. Desse total, 51,2 mil são MEI; 21,8 mil estão na classificação de microempresa e 3,8 mil empresas são de pequeno porte.
A coordenadora de Economia Criativa do Sebrae Rio, Carolyne Gomes, diz que a “economia criativa é uma vocação natural do Rio de Janeiro, reconhecida internacionalmente pelos seus festivais de música, cinema, design, Carnaval e grandes eventos”.
“Estamos falando de setores que compõem um importante vetor de desenvolvimento econômico, que contribuem para a geração de emprego e renda, formalização dos negócios, promoção do desenvolvimento regional, melhoria da qualidade de vida e construção de uma sociedade mais criativa e participativa”, explica a coordenadora.
Lei Paulo Gustavo
A LPG, criada em homenagem a Paulo Gustavo, artista símbolo da categoria e vítima da Covid-19, foi aprovada durante a pandemia com o objetivo de recuperar os danos causados pela crise sanitária. Ao todo, foram R$ 3,8 bilhões destinados ao setor cultural do País. A Lei teve adesão de 98% dos municípios do País e de todos os estados, que cumpriram os requisitos para garantir o repasse dos valores para investimentos no setor cultural.
Paulo Gustavo morreu de covid-19, aos 42 anos - Reprodução/Redes sociais
Paulo Gustavo morreu de covid-19, aos 42 anosReprodução/Redes sociais
“A Lei Paulo Gustavo foi muito desafiadora. No entanto, cada esforço, horas extras e noites sem dormir valeram a pena. Conseguimos utilizar o valor total destinado pela União, de R$ 139 milhões, e colocamos na rua 19 editais. O investimento no setor cultural e criativo não só beneficia os produtores culturais, mas toda a cadeia econômica do Estado. Esta atuação ajudou a atrair investimentos e a democratizar a cultura em território fluminense”, aponta a secretária estadual de Cultura e Economia Criativa, Danielle Barros.
Durante a execução dos projetos no Estado, são esperados mais de 2 milhões de pessoas, sendo 85,3% residentes, 4,9% excursionistas, 9,0% turistas brasileiros e 0,8% turistas estrangeiros.
Para mais informações sobre a LPG, basta acessar o site: https://www.gov.br/cultura/pt-br/assuntos/lei-paulo-gustavo.
* Matéria da estagiária Alexia Gomes, sob a supervisão de Marlucio Luna
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