Publicado 23/08/2024 11:40
O dólar opera alinhado à desvalorização externa da divisa americana e dos rendimentos dos Treasuries, depois de avançarem na sessão anterior, quando os dados dos Estados Unidos reforçaram a perspectiva de uma desaceleração econômica paulatina no país.
PublicidadeUm apetite por risco externo antecede a espera dos investidores pelo discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), Jerome Powell, durante o simpósio anual de Jackson Hole, às 11 horas desta sexta-feira, 23. Os investidores têm dúvidas ainda sobre o ritmo da flexibilização de juros no país neste ano, esperada a partir da reunião de setembro. Com uma agenda de indicadores enxuta, a pesquisa sobre vendas de moradias novas nos EUA em julho também será monitorada (11h). O avanço de mais de 1,5% do petróleo também contribui para a recuperação do real, por enquanto.
Os ajustes do dólar e dos juros dos Treasuries são estreitos, após serem puxados ontem também por ruído com as diversas falas de Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central. A percepção foi de que o diretor, tido como provável substituto de Campos Neto na presidência da instituição, caiu em uma armadilha ao falar em excesso e com contradições, o que teria favorecido a volatilidade dos mercados ontem. As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) fecharam em alta expressiva, de até 20 pontos-base na véspera, concentradas principalmente nos vencimentos longos, mas recuam nesta manhã em linha com os rendimentos dos Treasuries.
O problema fiscal do governo volta à cena em meio ao alerta do Tribunal de Contas da União. Confirmando as percepções do mercado, o TCU alertou nesta quinta, 22, que as projeções do governo para o resultado primário em 2025 apresentam "duplo risco", devido à possibilidade de frustrações de receitas e aumento das despesas obrigatórias. Contudo, o rumo dos mercados tende a ser ditado principalmente pelo tom do discurso do presidente do BC americano.
Mais cedo, o Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S) da Fundação Getulio Vargas (FGV) desacelerou a 0,09% na terceira quadrissemana de agosto, após 0,31% na segunda leitura. Com o resultado, o índice acumula alta de 4,43% em 12 meses, ante 4,67% na leitura anterior.
Às 9h44 desta sexta, o dólar à vista caía 0,21%, a R$ 5,5785. O dólar para setembro recuava 0,40%, a R$ 5,5850.
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