Publicado 28/08/2024 12:28
Os comerciantes brasileiros ficaram menos otimistas em agosto, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) caiu 1,5% em relação a julho, a quarta queda consecutiva, já descontadas as influências sazonais.
PublicidadeO índice ficou em 108,7 pontos, permanecendo assim na zona de satisfação, acima dos 100 pontos. Na comparação com agosto de 2023, porém, o Icec recuou 1,8%.
Na passagem de julho para agosto, os três componentes do Icec registraram retração. O componente de avaliação das condições atuais caiu 3,1%, para 83,8 pontos, com recuos nos itens economia (-5,0%), empresa (-2,2%) e setor (-2,8%).
O componente das expectativas caiu 1,1% em agosto ante julho, para 138,6 pontos, com piora nos quesitos economia (-1,2%), setor (-0,8%) e empresa (-1,2%). O componente das intenções de investimentos encolheu 0,8% em agosto ante julho, para 103,7 pontos, com redução nos itens contratação de funcionários (-1,5%) e empresa (-1,1%), mas avanço em estoques (+0,3%).
A entidade avalia que a incerteza econômica em relação ao futuro da taxa básica de juros (a Selic), à inflação e às contas públicas cria uma pressão sobre as expectativas para os próximos resultados do comércio.
Confiança cai mais entre semiduráveis
Quanto aos segmentos do comércio, a queda na confiança foi mais acentuada no ramo de roupas, calçados, tecidos e acessórios, itens semiduráveis, com recuo de 1,8%. Entre os produtos de primeira necessidade, como alimentos e medicamentos, houve uma redução de 1,4% na confiança do empresariado. Já no ramo de bens duráveis, como eletrodomésticos e veículos, a confiança encolheu 1,3%.
A possibilidade de novos aumentos na taxa de juros já afeta as expectativas para os próximos meses, apontou o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares.
"Apesar de um cenário de juros mais favorável, a incerteza sobre a duração dessas condições gera cautela entre os empresários, que já começam a prever desafios nos próximos meses", avaliou Tavares, em nota da CNC.
Confiança do comércio gaúcho ensaia recuperação
A confiança do empresário do comércio no Rio Grande do Sul ensaiou recuperação em agosto, após uma sequência de três meses seguidos de perdas, em decorrência da tragédia climática na região. O Icec gaúcho registrou um aumento de 6,4% em agosto ante julho, alcançando 99,4 pontos.
"O maior avanço foi observado na avaliação sobre as condições atuais da economia, com um crescimento de 9,7%, o que reflete a confiança dos empresários na recuperação econômica do Estado. As intenções de investimento tiveram crescimento de 7,1%, com destaque para a intenção de contratação de funcionários, que aumentou 8,4%, voltando a superar os 100 pontos após dois meses de insatisfação dos comerciantes", relatou a CNC.
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