Diogo Abry Guillen, diretor de Política Econômica do Banco CentralReprodução/Agência Senado
Publicado 05/09/2024 14:40
O diretor de Política Econômica do Banco Central (BC), Diogo Guillen, afirmou nesta quinta-feira, 5, que a transparência na comunicação é mais importante do que o Comitê de Política Monetária (Copom) querer mostrar uma unidade de seu pensamento. Ele voltou a dizer que as expectativas para a inflação seguem desancoradas, o que deixa a autoridade monetária desconfortável.
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"O que vimos nas últimas duas reuniões, a forma como olhamos o cenário, a forma como colocamos a reação política, sugere uma visão unificada no comitê", argumentou o diretor, durante palestra, por videoconferência, no Global Emerging Markets One-on-One Conference, organizado pelo UBS/UBS BB. "Eu acho que é mais importante mostrarmos que somos transparentes, revelar onde concordamos e onde não concordamos, e oferecer a explicação do porquê concordamos."
Em relação ao cenário externo, Guillen disse que há ainda muitas incertezas em relação à ação do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) e agora o BC também está incorporado o debate sobre os impactos de suas políticas. "Os recentes movimentos continuam a sugerir que há muita incerteza, mas algumas delas foram resolvidas", comentou.
Além disso, ele citou a importância de monitorar o ritmo de desaceleração da economia mundial, dando ênfase ao mercado de trabalho.
O diretor comentou ainda o monitoramento em relação à economia da China, que, segundo ele, não sofreu muitas alterações nos últimos meses. "A incerteza tem sido reduzida, mas alguns desafios ainda estão aí, como a questão do fisco nos Estados Unidos, a China, como vai ser a forma dessa desaceleração nos Estados Unidos. E para se adicionar a isso, ainda no cenário externo, acho que a política monetária não é tão correlata como era um ano e meio atrás", comparou.
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