Publicado 14/10/2024 11:45
O diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, avaliou nesta segunda-feira, 14, que a desancoragem das expectativas de inflação está associada ao forte crescimento da economia, e não a uma percepção no mercado de ruptura após a sucessão na instituição. A partir de janeiro, Galípolo assume a presidência do BC no lugar de Roberto Campos Neto.
PublicidadeDurante o Macro Vision, evento do Itaú BBA, Galípolo disse que as expectativas de inflação continuam desancoradas para os padrões do BC. Ele afirmou, porém, que tem dificuldade de encontrar sinais de risco de descontinuidade quando olha para as expectativas, tanto as implícitas quanto as de mercado.
O diretor afirmou que tende a avaliar as revisões de expectativas como sendo relacionadas à atividade econômica, que cresce acima da capacidade, e a variáveis que influenciam o crescimento, como política fiscal, crédito, questões climáticas e câmbio. "Isso dá mais conta de explicar a questão das expectativas", pontuou Galípolo.
Ele citou o ceticismo com a viabilidade da meta de inflação de 3% entre os fatores que também levam à desancoragem, mas podem ganhar ou perder peso ao longo do tempo. Mais uma vez, Galípolo defendeu que o BC não tenha voto na fixação da meta de inflação no Conselho Monetário Nacional (CMN). Assim, a meta, emendou, é um "não tema" para um diretor do BC. Cabe à instituição apenas colocar a taxa de juros em patamar restritivo o suficiente, e pelo tempo suficiente, para levar a inflação à meta, reiterou.
Conforme Galípolo, o processo de transição do BC tem sido exemplo de consolidação da institucionalidade da autarquia. Ele também reafirmou que a troca gradual da diretoria do BC tem assegurado a transição mais suave no comando da instituição.
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