Publicado 08/02/2025 18:37
Quase oito meses após pedir recuperação judicial, a OEC - construtora e principal operação da holding Novonor, a antiga Odebrecht - teve seu plano aprovado por credores. Em assembleia realizada nesta sexta-feira, 7, a proposta apresentada recebeu o aval de pelo menos 92% dos credores de quatro diferentes categorias.
PublicidadeO plano ainda precisa ser homologado pela Justiça. Se isso ocorrer, US$ 4,6 bilhões (cerca de R$ 26,5 bilhões, pelo câmbio atual) de dívidas da empresa cairão para aproximadamente US$ 150 milhões (R$ 863 milhões), segundo o advogado Eduardo Munhoz, que representa a OEC no caso.
"Esse valor da dívida reestruturada pode variar em função das opções de pagamentos que os credores poderão eleger nos termos do plano", disse Munhoz. "Mas, de forma aproximada, esses são os números relevantes. Em vista dessa substancial redução da dívida financeira, pode se ter confiança de que a companhia terá plenas condições de voltar a investir e crescer", acrescentou.
Contestação
Nos últimos meses, houve discussões em torno do plano da OEC. O credor Fidera Group, um fundo britânico especializado em ativos problemáticos que tem US$ 338 milhões em créditos contra a construtora brasileira, contestava a viabilidade do plano e um empréstimo que era ancorado pelo banco BTG Pactual.
O fundo reclamava de falta de transparência nesse empréstimo do banco e alegava não haver fundamento econômico justificável pelo plano apresentado. Um dos argumentos era que não havia elementos para sustentar que a OEC se tornaria solvente. O Fidera começou a comprar papéis da OEC ainda no ano passado.
O processo de reestruturação da OEC ocorre quase seis anos após a antiga Odebrecht anunciar a maior recuperação judicial da história brasileira. À época, a companhia listou R$ 98,5 bilhões em dívidas à Justiça.
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