Favela Wallpaperdivulgação
Por O Dia
Publicado 04/04/2018 03:00 | Atualizado 05/04/2018 19:06

Rio - Não é de hoje que as favelas vêm absorvendo modelos de negócios que fazem sucesso no 'asfalto'. Enxergando oportunidades de crescimento dentro de nichos específicos, os empreendedores ousam a cada dia. Uma das principais apostas são os salões de barbearia estilizados. Eles caíram de vez no gosto do público masculino. Outra tendência são as tabacarias. Sucesso no eixo Centro-Zona Sul, elas começam, agora, a se tornar populares entre os moradores das periferias cariocas.

Em uma das principais ruas de Costa Barros, na Zona Norte do Rio, uma loja recém-inaugurada chama atenção de quem passa. Criada em novembro do ano passado, a Cactus Tabacaria é a grande sensação da região. O público é variado, e a procura por novidades é constante. "Quando abrimos, sabíamos que a demanda existia, pois as pessoas se deslocavam para outros bairros. Agora, além de economizar com transporte, elas tem facilidades como a compra pelo WhatsApp", explica a vendedora Rose Ferreira.

Nas prateleiras - feitas com pallets -, os produtos ficam à mão para que os clientes tenham contato direto com os itens. A variedade é grande. São mais de 100 artigos diferentes, entre charutos, narguiles, trituradores e cinzeiros. Antes da inauguração, os proprietários procuraram orientação do Sebrae para a legalização do negócio. "Desde o início, houve essa preocupação. Queremos crescer e, para isso, é fundamental estarmos de acordo com a legislação", completa Rose.

INVERSÃO

O movimento também ocorre de maneira inversa, já que, após o sucesso nas favelas, muitos empreendedores decidem investir em lojas de bairros mais tradicionais. Foi assim com a Cool Barber Shop. Criada inicialmente no Parque União, no Complexo da Maré - onde também há uma unidade na Vila do Pinheiro -, a barbearia estendeu seus serviços para a Tijuca. A loja, que hoje funciona como modelo para atrair novos investidores, tem menos de um ano de funcionamento e conta até com um estúdio de tatuagem, além de uma sala de jogos.

A aposta deu tão certo que o proprietário Clayton Fernandes já pensa em transformar o negócio em franquia. "Saímos da favela para mostrar que nosso sonho pode acontecer no asfalto também. Estamos estudando e negociando para, em breve, operarmos por franquias, pois isso reduz custos e gera mais possibilidades de negócios", pontua.

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