Rio - Maurício Casimiro é proprietário da 'BelÁfrica', marca que comercializa brincos e acessórios para o público negro. Marjan é DJ e tem uma pequena produtora musical especializada no gênero black. Débora é escritora e sócia da 'Zambi e Sango', marca criada com um amigo africano, que comercializa tecidos e sapatos com estampas africanas. Em comum, eles carregam o desejo de empreender com o foco em um público específico: os negros. A partir desta quarta-feira, eles contam com mais uma ferramenta capaz de aproximar os empreendedores do seu público-alvo: a Black & Black, rede social voltada à população negra, que promete evidenciar as atividades de seus usuários.
"Vamos reunir em uma única plataforma todas as ações que os negros estão realizando, que não são poucas. O fato é que elas vão se diluindo nos veículos dos não negros", diz Celso Athayde, idealizador do projeto. Ainda em versão beta, a plataforma, que será presidida pela ativista Nega Gizza, é a primeira do mundo indicada para internautas negros construírem uma agenda integrada.
Maurício, dono de uma empresa que vende brincos, criou a marca após perceber a dificuldade que sua ex-namorada tinha para comprar acessórios com a identidade negra. Com o dinheiro de uma rescisão, entendeu bem o peso da palavra integração e buscou ações que conectassem os produtos aos clientes. "Meu primeiro evento foi a Feira Crespa, onde entendi a importância de se articular, inclusive no mercado virtual. Hoje, 80% do meu público é negro. E, para nós, a Black & Black será mais uma oportunidade de expansão".
LANÇAMENTO EM QUILOMBO
O lugar escolhido para o lançamento da rede social é a Serra da Barriga, município de União de Palmares (AL), local que abrigou o Quilombo dos Palmares. "Estamos sob a proteção dos nossos ancestrais. Essa energia é a convergência de tudo que desejamos representar", explica Celso. O DJ Marjan acredita que a rede será útil para captar artistas em início de carreira. "Com essa ferramenta, vou dialogar diretamente com o público-alvo, que são artistas negros em início de carreira", aposta.
Na opinião de Débora Zambi, que se inspira na história do trisavô que foi escravo na África, o fortalecimento em rede será o diferencial. "Os afroempreendedores estão se fortalecendo. Mais do que novos negócios e amizades, a plataforma vai dar empoderamento para nosso povo. Isso ajuda no resgate da identidade", argumenta.
Os primeiros usuários serão os moradores da cidade alagoana. Pouco mais de cem deles já foram registrados na plataforma. A cada 20 dias, serão feitos os ajustes com a ajuda dos próprios usuários, que poderão mandar sugestões dentro da própria plataforma até que a versão final esteja concluída. Mesmo com a versão beta, a expectativa é que a Black & Black alcance 30 milhões de usuários até dezembro deste ano.
Se antes as redes sociais eram consideradas mídias alternativas, principalmente para as empresas, hoje elas viraram parte do negócio. Apenas o Facebook conta com mais de 50 milhões de páginas corporativas. Segundo a pesquisa 'We Are Social 2017', feita pela Hootsuite, 58% da população brasileira acessa redes sociais. São mais de 125 milhões de usuários ativos nessas plataformas.
REDES SOCIAIS SÃO PARTE DO NEGÓCIO
Se antes as redes sociais eram consideradas mídias alternativas, principalmente para as empresas, hoje elas viraram parte do negócio. Apenas o Facebook conta com mais de 50 milhões de páginas corporativas. Segundo a pesquisa 'We Are Social 2017', feita pela Hootsuite, 58% da população brasileira acessa redes sociais. São mais de 125 milhões de usuários ativos nessas plataformas.
Outro dado interessante é a taxa de crescimento anual de novos usuários no Brasil, que chegou a 18% em 2017. Maior que nos EUA, que chegou a 11%. O Facebook segue como a rede campeã em número de usuários. São mais de 2 bilhões de perfis. Em segundo, está o Youtube, com 1,5 bilhão, seguido pelo WhatsApp, com 1,3 bilhão. O Instagram, com 700 milhões de usuários, e o Twitter, com 300 milhões, fecham a lista.
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