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Por Marina Cardoso
Publicado 13/10/2019 00:00 | Atualizado 15/10/2019 16:54

Rio - Um dos setores mais prejudicados pelas crises nos últimos anos, com fechamento de empresas e redução de vagas, a área de petróleo começa a despontar com a criação de oportunidades de emprego neste ano. Segundo o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), o setor de óleo e gás emprega hoje, direta e indiretamente, cerca de 400 mil pessoas. Desse número, 99% são brasileiros e com salários sete vezes maiores que a média dos outros segmentos industriais. Conforme estudo do IBP/EY, a análise prevê que o setor mais que dobre o número de postos de trabalho. Com isso, a cadeia de O&G poderá alcançar cerca de 873 mil postos de trabalho nos próximos cinco anos.

Porém, como o setor voltou a crescer e a contratar, há um risco de faltar mão de obra qualificada em três ou quatro anos por não ter tantos profissionais especializados, mesmo com a crise nos últimos anos e do alto índice de desemprego em todo o país. 

Para especialistas, o surgimento de vagas no setor vem em decorrência da retomada dos leilões de licitação de áreas para exploração e produção e, também, dos primeiros projetos no pré-sal, como Libra.

"A partir dos novos leilões deste ano, teremos novo ciclo de desenvolvimento da produção a partir de 2020, com a contratação de fornecedores, equipamentos e serviços. E isso vai gerar grande demanda de pessoal em todas as áreas", afirma Antônio Guimarães, secretário-executivo de Exploração e Produção do IBP, O tema será discutido na OTC Brasil 2019, entre 29 e 31 deste mês, no Centro de Convenções SulAmérica. 

Porém, com a nova demanda de profissionais na área, que sempre exigiu um nível de capacitação grande, surge o desafio de buscar profissionais que terão que estar preparados para atuar em um contexto de transformação digital da indústria, que ainda está sendo desenhado. Serão menos operadores, torneiros, soldadores e mais cientistas de dados e desenvolvedores.

AUMENTO DA EXIGÊNCIA

"A transformação digital e a internacionalização do setor tendem a ampliar o nível de exigência, com a busca por profissionais bilíngues e familiarizados com novas tecnologias, como inteligência artificial. As profissões tradicionais do setor, como geólogos e engenheiros, continuarão na linha de frente das demandas de pessoal, mas haverá também uma demanda enorme de profissionais para as operações offshore nas empresas de bens e serviços, especialmente nos polos produtores do setor, como o Norte Fluminense, e Macaé", explica Guimarães. 

Rachel Milech, associada sênior da Korn Ferry, empresa de consultoria de gestão, concorda com a procura por profissionais com conhecimentos da área tecnológica.

"A inteligência artificial e a ciência de dados vão definir o futuro do setor, e a crescente evolução e utilização da tecnologia digital está permitindo que o setor atue de forma cada vez mais antecipada. Por isso, serão exigidos talentos digitais para liderar uma transformação digital dentro desse setor", afirma. 

 

Profissionais cada vez mais tecnológicos
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Para Lucia Madeira, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos do Rio de Janeiro (ABRH-RJ), as competências de relacionamento, solução de problemas e criatividade farão a diferença nas empresas que se destacarão. "Também serão cobrados profissionais com habilidades de comunicação e relacionamento e com vontade de aprender (e desaprender para aprender de novo, entendendo que isso é um ciclo)", afirma. 
Para Rachel Milech, o profissional deve ter gerenciamento da ambiguidade, adaptabilidade situacional, cultivo da inovação, inteligência emocional, agilidade de mudança, engajamento e capacidade de persuasão são as principais competências apresentadas pelos líderes digitais com melhor desempenho. "Diante disso e das tendências do futuro do trabalho tende a crescer a busca por executivos capazes de não apenas trazer inovação, mas provocar e promover transformação", finaliza. 
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