Após rejeição de candidatura, Lula e Haddad aparecem em inserçõesReprodução do Youtube
Por O Dia
Publicado 31/08/2018 10:44 | Atualizado 31/08/2018 10:47

São Paulo - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso na Lava Jato, e o seu candidato a vice e possível substituto na chapa, o ex-prefeito Fernando Haddad, estão na programação televisiva nesta sexta-feira, primeiro dia do período de propaganda eleitoral em rádio e televisão. Nesta sexta-feira, o Tribunal Superior Eleitoral pode julgar uma ação do Partido Novo para impedir a participação de Lula no horário eleitoral no rádio e na TV.

A coligação do PT, O Povo Feliz De Novo (PT, PCdoB e Pros), tem a segunda maior fatia de propagando em rádio e TV: dois minutos e 23 segundos no horário eleitoral e 189 inserções.

A mais beneficiada é a coligação de Alckmin, Para Unir o Brasil (PRB, PP, PTB, PR, PPS, DEM, PSDB, PSD e Solidariedade), que tem quase metade do horário eleitoral com cinco minutos e 32 segundos no horário eleitoral e 434 inserções.

Nesta sexta, começa a ser veiculada a propaganda eleitoral gratuita com blocos destinados aos candidatos ao Senado, aos governos estaduais e aos deputados estaduais, o que se repetirá em todas as segundas, quartas e sextas. Sábado, é a vez dos candidatos a presidente e a deputado federal, que se apresentarão ao eleitor às terças, quintas e sábados, até 5 de julho, dois dias antes da eleição.

O filme de 30 segundos do PT mostra imagens de arquivo de uma entrevista de Lula a uma rádio. "O povo brasileiro não é bobo", diz o ex-presidente, que, em seguida, enumera pontos positivos de seus governos.

Nos segundos finais, Haddad aparece falando de frente para a câmera enquanto caminha no meio de uma multidão. As imagens foram gravadas durante o ato que reuniu manifestantes na frente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, para o registro da candidatura de Lula, no dia 15 de agosto. "Eu sou Fernando Haddad, candidato a vice-presidente de Lula", diz o ex-prefeito de São Paulo.

A ideia é popularizar o nome de Haddad, ainda desconhecido da maioria dos eleitores de Lula, e, ao mesmo tempo, destacar o período de bonança durante os governos do ex-presidente. O grande desafio da comunicação petista neste início de campanha é tentar transferir os votos de Lula, líder nas pesquisas, para Haddad sem deixar transparecer que o discurso de manutenção da candidatura do ex-presidente é apenas uma estratégia eleitoral.

TSE

O TSE realiza na tarde desta sexta-feira uma sessão extraordinária convocada pela ministra Rosa Weber. A presidente da Corte, no entanto, não confirmou, nem negou se vai ser analisado o pedido de registro da candidatura Lula.

A partir das 14h30, o TSE julgará os registros das candidaturas Alckmin (PSDB) e Eymael (PDC). Depois poderá ser analisado pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e do partido Novo para barrar a participação de Lula no horário eleitoral de rádio e TV.

Em caso de uma decisão contrária hoje no TSE , o PT pretende se reunir para avaliar se antecipa a substituição de Lula por Haddad. Advogados eleitorais do ex-presidente têm se reunido com a equipe de comunicação da legenda para traçar dois cenários possíveis.

No primeiro deles, sem um impedimento da Corte Eleitoral, Lula será o protagonista dos programas. Caso contrário, a imagem do ex-presidente será usada nos 25% de tempo do horário eleitoral que, pela legislação, não deve, obrigatoriamente, ser destinado à chapa de candidatos. Na segunda hipótese, o PT deve adotar uma narrativa em que Lula aparece como "vítima de perseguição" por parte da Justiça Eleitoral.

Se o registro de Lula for indeferido pelo TSE, a defesa do petista, por orientação do próprio ex-presidente, vai apresentar um Recurso Extraordinário com pedido de liminar ao Supremo Tribunal Federal. 

*Com informações do Estadão Conteúdo

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