Rio - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) realiza na tarde de hoje uma sessão extraordinária convocada pela ministra Rosa Weber. A presidente da Corte, no entanto, não confirmou, nem negou se vai ser analisado o pedido de registro da candidatura Lula.
O caso não foi incluído na pauta, divulgada ontem. No entanto, Rosa lembrou que discussões sobre registro de candidaturas presidenciais não precisam necessariamente estar na pauta prévia. O TSE pode ter esperado a entrega da defesa de Lula aos 16 pedidos de impugnação contra a candidatura antes de confirmar que o caso será discutido. O prazo para os advogados do petista se pronunciarem venceu às 23h59 de ontem. A decisão de levar ou não o caso ao plenário hoje será do relator Luís Roberto Barroso.
A partir das 14h30, o TSE julgará os registros das candidaturas Alckmin (PSDB) e Eymael (PDC). Após isso poderá ser analisado pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e do partido Novo para barrar a participação de Lula no horário eleitoral de rádio e TV, que começa hoje, com blocos destinados aos candidatos ao Senado, aos governos estaduais e aos deputados estaduais, o que se repetirá em todas as segundas, quartas e sextas. Amanhã, é a vez dos candidatos a presidente e a deputado federal, que se apresentarão ao eleitor às terças, quintas e sábados, até 5 de julho, dois dias antes da eleição.
Os advogados de Lula, segundo informações obtidas pelo 'Estado de S. Paulo', se preparavam ontem para enviar ao TSE uma manifestação em que ressaltam o fato de, entre os 145 candidatos eleitos sub judice em 2016, 98 terem conseguido reverter a decisão. O documento inclui também a decisão do Comitê de Direitos Humanos da ONU que recomenda ao Estado brasileiro que permita a Lula concorrer nas eleições presidenciais "até que todos os recursos pendentes de revisão contra sua condenação sejam completados".
Haddad aguarda no barco
Caso a candidatura de Lula seja impugnada pelo TSE com base na Lei da Ficha Limpa, hoje ou na próxima semana, a defesa ainda poderá recorrer ao próprio TSE ou ao Supremo Tribunal Federal. No entanto, o PT terá que definir até que ponto vale a pena insistir com o ex-presidente e muitas correntes do partido defendem que a troca seja feita assim que o TSE se pronunciar. O prazo para substituição de candidatos é 17 de setembro.
Ontem, pressionado a dizer quando o PT substituirá Lula, Haddad, em Curitiba, desconversou, dizendo que "o partido discute quatro alternativas a Lula". Em entrevista ao DIA, ele havia dito que a expectativa é de que o caso de Lula seja analisado pelo Supremo em duas semanas.
