OEA aprova resolução apresentada pelo Brasil para rejeitar eleições da Venezuela
Iniciativa expressa um 'repúdio à fraudulenta eleição de 6 de dezembro, conduzida pelo regime ilegítimo de Nicolás Maduro'
Nicolás Maduro, orientou que sua diplomacia atendesse ao pedido do governo do Amazonas para liberar uma carga de oxigênio hospitalar da White Martins produzida no paísAFP
Por AFP
Washington - O Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA) aprovou, nesta quarta-feira, uma resolução para rejeitar as eleições parlamentares realizadas no fim de semana na Venezuela, boicotadas pela oposição e criticadas por Estados Unidos, União Europeia e vários países da América Latina.
O projeto de resolução obteve 21 votos a favor, três a mais do que os necessários para ser aprovado. Bolívia e México votaram contra, e houve cinco abstenções e seis países ausentes.
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Apresentada pelo Brasil, a iniciativa expressa um "repúdio à fraudulenta eleição de 6 de dezembro, conduzida pelo regime ilegítimo de Nicolás Maduro".
As eleições foram vencidas pela aliança de partidos que apoiam Maduro, cujo governo não é reconhecido por mais de 50 países, incluindo os Estados Unidos.
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Até agora com maioria na Assembleia Nacional, a oposição convocou uma abstenção nas urnas e teve apenas 30% de participação do eleitorado.
A resolução condena a estratégia "consistente e deliberada" de Maduro de "minar o sistema democrático e a separação de poderes, inclusive por meio da instalação de uma entidade não democraticamente eleita resultante de eleições fraudulentas".
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Os países afirmaram que esta estratégia "consolida a Venezuela como uma ditadura".
As eleições não foram "livres nem justas de acordo com as condições estabelecidas no direito internacional", em um contexto onde os presos políticos não foram libertados, e existe uma "falta de independência da autoridade eleitoral", acrescenta a resolução.
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Em resposta a essas eleições, Juan Guaidó, o chefe do Parlamento que permanecerá no cargo até janeiro de 2021, promove um plebiscito on-line para rejeitar as eleições de domingo.
Guaidó é reconhecido como presidente em exercício por cerca de 50 países, os quais consideram que Maduro foi reeleito de forma irregular para um segundo mandato.
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O governo de Maduro se retirou em abril de 2019 da OEA, e a cadeira do país na organização é ocupada por Gustavo Tarre, nomeado pela maioria opositora da Assembleia Nacional.